O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, depois que o chefe do país europeu rejeitou os termos do acordo proposto pelos EUA para encerrar a guerra com a Rússia.
O republicano chegou a chamar Zelensky de “ditador” e fez ameaças não apenas à Ucrânia, mas à Europa.
“Um ditador sem eleições”, disse Trump em postagem feita nesta quarta-feira 19, para se referir ao presidente ucraniano. “É melhor que Zelensky aja rapidamente ou não lhe restará um país. Enquanto isso, estamos negociando com sucesso o fim da Guerra com a Rússia, algo que todos admitem que somente Trump e sua administração podem fazer”, afirmou.
Ao longo da postagem, Trump disparou ataques à postura de Zelensky em relação aos Estados Unidos desde o início da guerra, que já dura quase três anos. Segundo o republicano, Zelensky “convenceu os Estados Unidos da América a gastar US$ 350 bilhões para entrar em uma guerra que não poderia ser vencida, que nunca teve que começar”.
As negociações
Nesta semana, representantes de peso dos EUA e da Rússia se encontraram na Arábia Saudita para dar início a um possível acordo para o fim da guerra no leste europeu. Zelensky, por outro lado, cobra participação nas negociações.
A diplomacia norte-americana vem manifestando o interesse de explorar minerais em regiões ucranianas, o que representaria uma espécie de recompensa pela postura resolutiva manifestada por Washington.
Outro ponto importante das negociações é a possibilidade de que a Ucrânia ceda – em todo ou em parte – o território já conquistado pelas tropas de Vladimir Putin.
Zelensky, por sua vez, disse que não vai “vender a Ucrânia”. O ucraniano entende que a postura do governo Trump seria desproporcional. Para ele, apesar dos EUA terem fornecido 67 bilhões de dólares em armas e 31,5 bilhões de dólares em apoio à economia ucraniana, desde 2022, esses montantes não dão direito aos Estados Unidos desejarem “metade da riqueza natural” da Ucrânia.