O empresário e dono do X, Elon Musk. Imagem: reprodução.

A Comissão Europeia ordenou que Elon Musk revele todas as recentes alterações feitas nas recomendações do X (antigo Twitter), ampliando uma investigação sobre a influência da plataforma na política europeia. A decisão, anunciada na última sexta-feira (17), inclui uma série de exigências rigorosas sobre a transparência da empresa.

Como parte da investigação, o X deve fornecer:

  • Documentos internos sobre seu algoritmo de recomendação.
  • Planos futuros de modificação do algoritmo, que estão sob uma “ordem de retenção” emitida pelo órgão regulador.
  • Informações detalhadas sobre a moderação e amplificação de conteúdo na plataforma.

Essa iniciativa ocorre após políticos alemães alegarem que o algoritmo da rede social estaria promovendo conteúdo da extrema-direita nas vésperas das eleições de 23 de fevereiro no país.

Ligações de Musk com a política alemã

Elon Musk manifestou seu apoio à Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita. O empresário afirmou que o partido seria essencial para salvar a Alemanha de um “colapso econômico e cultural”.

O chanceler alemão Olaf Scholz, ao reagir às declarações, descreveu o apoio de Musk como “completamente inaceitável”. Atualmente, a AfD aparece em segundo lugar nas pesquisas eleitorais, com 20% de apoio, superando os Social-Democratas de Scholz e ficando atrás apenas da União Democrata Cristã.

Em meio às tensões, os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores da Alemanha anunciaram a suspensão de suas atividades na plataforma, citando crescente insatisfação com o X.

Questionamentos sobre transparência

O escopo da investigação também aborda um debate recente de Musk com Alice Weidel, co-líder da AfD. Durante a discussão, Weidel promoveu ideias do partido e compartilhou informações falsas sobre Adolf Hitler.

Um porta-voz da Comissão afirmou que o pedido de informações busca “monitorar sistemas relacionados a eventos em andamento”, mas enfatizou que é “independente de quaisquer considerações políticas ou eventos específicos”.

Henna Virkkunen, chefe digital da Comissão, reforçou:
“Estamos comprometidos em garantir que toda plataforma que opere na UE respeite nossa legislação, que visa tornar o ambiente online justo, seguro e democrático para todos os cidadãos europeus.”

A Comissão enfrentava pressão crescente para agir contra o X. Na semana passada, Damian Boeselager, membro do parlamento europeu, escreveu a Virkkunen pedindo uma investigação sobre a transparência do uso de algoritmos na plataforma.

“Há alegações de que Musk está impulsionando seus próprios tweets,” disse Boeselager ao Financial Times. “O cara pode ser louco, mas é injusto se ele está amplificando quem deve ouvi-lo.”

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Last Update: 19/01/2025