Artistas de renome internacional como Bruce Springsteen, Beyoncé, Bono e a apresentadora Oprah Winfrey demonstraram apoio à então candidata democrata Kamala Harris durante as eleições presidenciais dos Estados Unidos no ano passado. Apesar do apoio de celebridades, Harris foi derrotada pelo republicano Donald Trump, que agora promete investigar os artistas por supostas irregularidades na campanha.
Em uma série de publicações na Truth Social, o chefe do governo norte-americano acusou a democrata de ter cometido ilegalidades ao, segundo ele, “pagar por apoios de celebridades”. Ele citou nomes como Springsteen, Oprah, Beyoncé e Bono, sugerindo que os pagamentos caracterizariam contribuições de campanha ilegais.
“Quanto Kamala Harris pagou a Bruce Springsteen por sua fraca apresentação durante a campanha dela à presidência? Por que ele aceitou esse dinheiro, se é tão fã dela? Isso não seria uma contribuição de campanha ilegal e grave? E a Beyoncé? E quanto foi para a Oprah e para o Bono?”, questionou Trump.
O presidente dos EUA seguiu: “Vou pedir uma grande investigação sobre esse assunto. Candidatos não têm permissão para pagar por apoios, que foi o que Kamala fez, sob o pretexto de pagar por entretenimento. Além disso, foi uma tentativa cara e desesperada para aumentar de maneira forçada as pequenas plateias de seus eventos. Isso não é legal. Para esses ‘artistas’ antipatrióticos, isso foi apenas uma forma corrupta e ilegal de lucrar com um sistema falho. Obrigado pela atenção ao assunto”.
Bruce Springsteen volta a criticar Trump durante turnê internacional
O conflito entre Donald Trump e Bruce Springsteen se intensificou após declarações do cantor durante sua turnê “The Land of Hope and Dreams” no Reino Unido. Durante show em Manchester, o veterano fez duras críticas ao governo norte-americano.
“O meu país, os Estados Unidos que eu amo, sobre o qual escrevi e que tem sido um farol de esperança e liberdade por 250 anos, está atualmente nas mãos de um governo corrupto, incompetente e traidor”, iniciou o cantor, segundo a revista Consequence.
O artista seguiu: “Nesta noite, pedimos a todos que acreditam na democracia e no que há de melhor na experiência americana que se unam a nós, ergam suas vozes contra o autoritarismo e deixem a liberdade ecoar. A maioria de nossos representantes eleitos falhou em proteger o povo americano dos abusos de um presidente incapaz e de um governo fora de controle”.
A resposta de Trump veio em tom de ataque pessoal. No Truth Social, ele chamou Springsteen de “sem talento”, “idiota” e “superestimado”, além de criticar sua postura:
“Vejo que o altamente superestimado Bruce Springsteen vai a um país estrangeiro para falar mal do presidente dos Estados Unidos. Nunca gostei dele, nunca gostei da sua música ou da sua política radical de esquerda e, o mais importante, ele não é um cara talentoso, apenas um idiota insistente e desagradável. Esse roqueiro com a pele toda ressecada deveria ficar calado até voltar para o país, isso é o ‘padrão’. Aí veremos como ele se sai”.
If it’s this easy for Bruce Springsteen to get under Trump’s skin, how easy do you think it is for our foreign adversaries to play him for a fool? pic.twitter.com/7K9sSAHzib
— Maine (@TheMaineWonk) May 16, 2025
Artista mantém críticas e denuncia repressão à liberdade de expressão
Apesar das ameaças, Springsteen manteve sua postura crítica. Em outro show em Manchester, antes de cantar “My City of Ruins”, ele voltou a condenar as ações do governo Trump:
“Nos Estados Unidos, estão perseguindo pessoas por exercerem seu direito à liberdade de expressão e por manifestarem opiniões contrárias. No meu país, estão sentindo um prazer sádico pela dor que prejudicam trabalhadores americanos dedicados e estão revertendo legislações históricas de direitos civis que levaram a uma sociedade mais justa e moral”.
Bruce Springsteen concluiu: “Estão abandonando nossos grandes aliados e se alinhando com ditadores contra aqueles que lutam por sua liberdade. Estão retirando moradores das ruas americanas e, sem o devido processo legal, os deportando para centros de detenção e prisões estrangeiras. Tudo isso está acontecendo agora”.
In case anyone thought Bruce Springsteen would back down after Donald Trump’s threats, last night he doubled down: “In my country, they're taking sadistic pleasure in the pain they inflict on loyal American workers. They're rolling back historic civil rights legislation that led… pic.twitter.com/12OHuxXyzG
— Marco Foster (@MarcoFoster_) May 18, 2025
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