Relato de ‘queda acidental’ durante briga de casal se choca com laudos médicos que apontam para múltiplas lesões compatíveis com agressão física
Uma bebê de apenas três meses está internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, após dar entrada no hospital com sinais de traumatismo craniano, parada cardíaca e hemorragias. O caso, que teria ocorrido no interior da Paraíba, mobilizou as autoridades locais e levantou suspeitas de violência doméstica contra a criança.
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Mãe e parceiro relatam versões distintas sobre acidente
Na madrugada da última segunda-feira (9), uma mulher identificada como tia da criança chegou ao Hospital Regional de Sousa com a bebê, afirmando que os pais estavam embriagados e envolvidos em uma briga quando o acidente teria acontecido. Segundo seu relato, a mãe teria deixado a filha cair durante a discussão com o companheiro.
No entanto, ao serem ouvidos pela polícia, os familiares apresentaram versões conflitantes. A mãe foi encontrada em visível estado de embriaguez e inicialmente confirmou ter deixado a menina escapar dos braços durante a confusão. Outros parentes, porém, afirmaram ter percebido a gravidade do estado da criança e acionado imediatamente o serviço de resgate.
Transferência urgente por via aérea
Diante da gravidade dos ferimentos, a pequena foi transferida de helicóptero para um hospital especializado. O transporte foi realizado pelo Grupo de Resgate Aeromédico da Paraíba (Grame), em uma UTI volante, acompanhado por equipe médica e representantes do Conselho Tutelar de Sousa.
Múltiplos traumas indicam agressão física
Os médicos responsáveis pelo atendimento no hospital de referência constataram que a bebê sofreu múltiplos traumas compatíveis com agressão física. Apesar de ter respondido às primeiras medidas de reanimação e estar intubada com quadro considerado estável, o estado clínico da criança ainda é avaliado como grave. Os profissionais alertam que sequelas permanentes não podem ser descartadas.
Inquérito apura responsabilidades
A Delegacia de Polícia Civil de Sousa assumiu o caso e instaurou inquérito para investigar as circunstâncias exatas do incidente. Entre os pontos que estão sendo analisados estão o grau de embriaguez dos responsáveis, as contradições nos depoimentos e a possibilidade de negligência ou violência intencional.
O Conselho Tutelar local já iniciou os trâmites necessários para garantir proteção à criança, independentemente do desfecho clínico.
Casos como este exigem atenção e denúncia imediata
Mais uma vez, episódios como esse reacendem o debate sobre violência infantil dentro do ambiente doméstico. Autoridades e especialistas reforçam a importância de que qualquer sinal de maus-tratos seja imediatamente denunciado aos canais competentes, como o Disque 100 ou diretamente ao conselho tutelar da região.
A sociedade permanece em alerta, enquanto novas informações sobre o estado de saúde da bebê e o andamento das investigações são aguardadas com expectativa pelas instituições envolvidas.