Ao contrário do que se esperava, sanções contra a Rússia acabaram por fortalecer o BRICS
por Luís Carlos
Ao contrário do que se esperava, as sanções econômicas impostas ao país, desde a saída de marcas globais e a descontinuidade de voos das grandes companhias aéreas dos EUA e Europa, acabaram por fortalecer o grupo de países emergentes, criado no ano de 2006, formado por Brasil, China, Índia e Rússia.
As sanções, que incluem a proibição de uso de cartões de bandeiras como MasterCard e Visa, e a impossibilidade de acesso a serviços básicos de streaming como Netflix e Spotify, não impediram a Rússia de encontrar novos mercados e parceiros comerciais.
Um exemplo disso é o aumento da exportação de petróleo para o Brasil, que praticamente dobrou em termos anuais, atingindo 1,06 milhão de toneladas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além disso, a Índia também aumentou suas remessas para o Brasil em 260% em termos anuais, e em 2.700% relativamente a maio de 2024, para US$ 146,7 milhões (R$ 796,48 milhões).
A Rússia também aumentou suas exportações para a China e a Índia, que agora representam 90% das exportações de petróleo russo.
O BRICS, que agora representa mais de 40% da população mundial, com um PIB que chega a 31,5% da economia do planeta, superando os 30,8% do G7, busca sua consolidação a partir de seu potencial econômico.
Além disso, o grupo também busca uma autonomia cultural, diante da imposição dos valores ocidentais, isso fica evidente em antigos membros do BRICS como Rússia, China e Índia, e agora o Irã, além da Arábia Saudita.
O crescimento do BRICS é a descentralização do fluxo econômico no ocidente, e o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia da Rússia deve crescer 3,2% em 2024, o que é mais do que o previsto para EUA, países europeus e mesmo a maioria das nações do Sul Global.
O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido pela ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff, também fomenta o desenvolvimento econômico dos participantes de forma sustentável.
Em sua 9ª Reunião, que acontece na Cidade do Cabo, na África do Sul, o tema é “Investindo em um Futuro Sustentável”, ressaltando o comprometimento do Banco em abordar os desafios globais por meio do desenvolvimento sustentável.
André Luís é jornalista ([email protected])
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