Até o fim de novembro, os brasileiros não haviam sacado 8,69 bilhões de reais em recursos esquecidos no sistema financeiro, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira 8 pelo Banco Central. De acordo com a atualização mais recente, o Sistema de Valores a Receber devolveu 8,69 bilhões de um total de 17,63 bilhões de reais disponibilizados pelas instituições financeiras.

Em 16 de outubro, os recursos esquecidos foram transferidos para o Tesouro Nacional e aguardam a publicação de um edital com as novas regras para o saque, mas o dinheiro pode ser sacado por meio de ação judicial. Caso o dinheiro não seja requerido nos próximos 25 anos, será incorporado definitivamente ao patrimônio da União.

As estatísticas do SVR são divulgadas com dois meses de defasagem. Apesar da transferência ao Tesouro, as estatísticas continuarão a ser atualizadas, com a inclusão de dados que estavam defasados. Os números de dezembro, segundo mês após o repasse do dinheiro ao Tesouro, serão apresentados em 7 de fevereiro.

Em relação ao número de beneficiários, até o fim de novembro, 27.411.547 correntistas haviam resgatado valores. Apesar de a marca ultrapassar os 27 milhões, isso representa apenas 36,15% do total de 75.832.439 correntistas incluídos na lista desde o início do programa, em fevereiro de 2022.

Entre os que retiraram valores até o fim de novembro, 25.279.680 são pessoas físicas e 2.131.867 são pessoas jurídicas. Dos que ainda não fizeram o resgate, 44.546.559 são pessoas físicas e 3.874.333 são pessoas jurídicas.

A maior parte das pessoas e das empresas que não fizeram o saque têm direito a pequenas quantias. Os valores a receber de até 10 reais concentram 64,88% dos beneficiários. Os montantes entre 10,01 e 100 reais correspondem a 23,68% dos correntistas. As quantias entre 100,01 e 1.000 reais representam 9,68% dos clientes. Só 1,75% tem direito a receber mais de 1.000 reais.

Depois de ficar fora do ar por quase um ano, o SVR reabriu em março de 2023, com novas fontes de recursos, um novo sistema de agendamento e a possibilidade de resgate de valores de pessoas falecidas. Em novembro, foram retirados 238 milhões de reais, relativos a pedidos realizados antes da transferência dos valores esquecidos para o Tesouro Nacional e a saques judiciais.

O repasse ao Tesouro serviu para compensar a prorrogação da desoneração da folha de pagamento até 2027. Os cerca de 8,7 bilhões de reais comporão os 55 bilhões que entrarão no caixa do governo para custear a extensão do benefício, mas a decisão caberá ao Supremo Tribunal Federal, que julgará uma ação sobre a constitucionalidade da devolução ao Tesouro.

Melhorias

Desde setembro, o BC permite que empresas encerradas consultem valores no SVR. O resgate, no entanto, não podia ser feito pelo sistema, com o representante legal da empresa encerrada enviando a documentação necessária à instituição financeira.

Como a empresa com CNPJ inativo não tem certificado digital, o acesso não era possível, porque as consultas ao SVR são feitas exclusivamente por meio da conta Gov.br.

Agora, o representante legal pode entrar no SVR com a conta pessoal Gov.br (do tipo ouro ou prata) e assinar um termo de responsabilidade para consultar os valores. A solução aplicada é semelhante ao acesso para a consulta de valores de pessoas falecidas.

Fontes de recursos

Em 2023, houve a inclusão de fontes de recursos esquecidos que não estavam nos lotes de 2022. Também houve o acréscimo de contas de pagamento pré ou pós-pagas encerradas, contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas e outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.

Além dessas fontes, o SVR engloba os seguintes valores, já disponíveis para saques no ano passado: contas-corrente ou poupança encerradas; cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito; recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados; tarifas cobradas indevidamente; e parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas indevidamente.

Golpes

O Banco Central aconselha o correntista a ter cuidado com golpes de estelionatários que alegam fazer a intermediação para supostos resgates de valores esquecidos. A instituição ressalta que todos os serviços do Valores a Receber são gratuitos e que não envia links nem entra em contato para tratar sobre valores a receber ou para confirmar dados pessoais.

O BC também esclarece que apenas a instituição financeira que aparece na consulta do Sistema de Valores a Receber pode contatar o cidadão e pede que nenhum usuário forneça senhas.

(Com informações da Agência Brasil)

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Last Update: 08/01/2025