A brasileira Marina Lacerda (centro), vítima do financista Jeffrey Epstein, fala durante entrevista coletiva em frente ao Congresso dos EUA – Evelyn Hockstein/Reuters

A brasileira Marina Lacerda, de 37 anos, falou pela primeira vez em público sobre os abusos sofridos por Jeffrey Epstein. Identificada como “vítima-menor 1” nos processos, ela participou nesta quarta-feira (3.set.2025) de uma manifestação em frente ao Capitólio, em Washington, ao lado de outras mulheres que também denunciaram o financista. O grupo pressiona o Congresso americano a aprovar uma lei que obrigue a divulgação dos documentos não confidenciais do caso.

Marina contou que tinha 14 anos quando foi atraída em Nova York para prestar serviços de massagem a Epstein. De acordo com seu relato, o financista rapidamente transformou os encontros em violência sexual, exigindo sua presença de forma recorrente. Aos 17 anos, foi afastada com a justificativa de que estava “velha demais”.

Em 2008, agentes do FBI procuraram a brasileira durante uma investigação, mas ela afirma que buscou ajuda de advogados ligados a Epstein e deixou de colaborar. Somente em 2019 voltou a prestar depoimento, considerado determinante para a prisão do bilionário naquele ano. O financista, no entanto, se suicidou na prisão antes de ser julgado.

Jeffrey Epstein e Donald Trump, presidente dos EUA, nos anos 1990. Foto: reprodução

No ato em Washington, Marina declarou que decidiu se identificar após conversar com a filha. Em entrevista ao canal ABC, disse ter sentido necessidade de relatar a experiência e defendeu a transparência como direito das vítimas e da sociedade americana. O movimento pede que o Departamento de Justiça libere integralmente os arquivos do processo.

O governo Donald Trump e parlamentares republicanos resistem à medida, sob o argumento de que não haveria novas revelações. A posição provocou críticas de vítimas e ativistas, que acusam a Casa Branca de tentar limitar a repercussão das conexões do financista com políticos e empresários influentes.

Epstein conviveu com Trump durante cerca de 15 anos, participando de festas, viagens e encontros sociais. A mobilização em torno da divulgação dos documentos reacendeu questionamentos sobre essas relações e fortaleceu a pressão para que o Congresso aprove a lei de transparência defendida pelas vítimas.

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Last Update: 03/09/2025