
A irmã da brasileira Juliana Marins, 26, desaparecida desde sexta-feira (20) no vulcão Rinjani, na Indonésia, confirmou que ela foi “localizada novamente” e que equipes se mobilizar para fazer o seu resgate. Ela diz que a operação é complexa e por isso o planejamento está sendo dificultado.
“Conseguimos a confirmação que o resgate conseguiu localizar novamente a Juliana e está, neste momento, descendo até o local onde ela foi avistada. (…) O ambiente de alta montanha é extremamente severo, com obstáculos naturais que dificultam o acesso aéreo, inclusive por helicóptero e drones”, diz Mariana Marins.
Dois guias locais experientes foram enviados ao local com equipamentos específicos de resgate. “Ainda não sabemos se há condições na continuidade do resgate após a chegada deles ao lugar, mas sabemos que há reforço qualificado chegando para trabalhar junto à equipe que já está lá”, prosseguiu.
A atualização foi feita por volta das 9h (horário de Brasília), quando já eram 20h na ilha Lombok, na Indonésia. No terceiro dia de buscas, o Itamaraty afirmou ter solicitado ao governo local o reforço da operação, conforme nota oficial divulgada à noite. Também foram informadas ações por parte da Agência de Busca e Salvamento da Indonésia no Rinjani, que tem 3.726 metros de altitude.
Na madrugada desta segunda no Brasil (por volta das 16h, na Indonésia), Mariana informou que o resgate foi interrompido devido ao clima adverso. “Um dia inteiro e eles avançaram apenas 250 metros abaixo. Faltavam apenas 350 metros para chegar na Juliana e eles recuaram. Precisamos de ajuda, precisamos que o resgate chegue até a Juliana com urgência”, acrescentou.
A embaixada do Brasil em Jacarta, segundo o Itamaraty, vem acompanhando o caso com as autoridades locais. “Desde que acionada pela família […] permitiu o envio das equipes de resgate”, diz nota oficial. Dois funcionários da embaixada deverão se deslocar até a área para acompanhar as operações.
A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, manifestou preocupação publicamente e informou que conversou com o chanceler Mauro Vieira. “No decorrer do dia, o ministro se manteve empenhado em auxiliar, de todas as formas possíveis, para que o resgate seja feito com urgência e que Juliana retorne ao Brasil o mais breve”, escreveu.

A trilha até o cume do Rinjani é considerada de alta dificuldade. O trajeto costuma durar de dois a quatro dias, com aclives acentuados e exigência de condicionamento físico. Juliana caiu a cerca de 300 metros da trilha na sexta, quando se preparava para alcançar o topo em uma caminhada planejada para durar até o domingo.
O Parque Nacional do Monte Rinjani, local onde está situada a trilha, ressalta que há riscos no percurso, como baixas temperaturas, solo escorregadio e incidentes com guias não certificados. O trajeto conta com postos de descanso e paradas para alimentação, mas ainda assim requer experiência, orientação e os equipamentos adequados.
Juliana, que havia contratado a operadora Ryan Tour e estava acompanhada por guias locais licenciados, enfrentou um cenário desafiador: a altitude, que pode chegar a 4 °C e incluir manhãs frias, e os obstáculos da trilha dificultaram o acesso de resgate. Montanhistas ressaltam que áreas próximas à cratera exigem preparo técnico e estrutural, mesmo para quem está acostumado com caminhadas em altitude.