O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou nesta terça-feira (20/5), em audiência pública na Comissão de Infraestrutura (CI), um panorama das ações em andamento na pasta. Renan destacou a nova política de concessões de rodovias, que prevê tarifas menores, pedágios eletrônicos (free flow) e estímulo à contratação local. No setor ferroviário, ele deu ênfase à retomada de obras paralisadas, com investimentos nas Ferrovias de Integração Centro-Oeste (FICO) e Oeste-Leste (FIOL) e no projeto da Ferrogrão.
“O governo tem destravado obras aguardadas há décadas. O Brasil voltou a investir em infraestrutura com foco na eficiência, inclusão e sustentabilidade”, afirmou.
O líder do governo Lula no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), destacou que “nunca se investiu tanto em estradas e ferrovias como está se investindo agora”.
Segurança alimentar e gargalos logísticos
Renan Filho ressaltou o papel do Brasil na segurança alimentar global e a necessidade de infraestrutura logística compatível com a crescente produção agropecuária.
“Nosso desafio é prover infraestrutura a um país que é o maior produtor mundial de soja, café, suco de laranja e açúcar, e está entre os três maiores em carne bovina, frango, milho e algodão”, explicou.
Ampliação dos investimentos e retomada de obras
Renan destacou que os investimentos na área de transportes praticamente dobraram na atual gestão do governo federal: segundo ele, foram R$ 30 bilhões executados no biênio 2023/2024, contra R$ 16 bilhões em 2021/2022. No período, foram retomados 1,1 mil contratos de obras que estavam paralisadas ou em ritmo reduzido.
O ministro também reforçou a importância das parcerias público-privadas (PPPs) como caminho para ampliar a capacidade de investimento.
“Temos a necessidade de uma melhor infraestrutura por sermos um país que produz muito mais do que consome. Investimentos em infraestrutura têm a capacidade de integrar o país como um todo e desenvolver todas as áreas”, acrescentou.
Concessões e obras estruturantes
Entre os destaques apresentados por Renan Filho está a nova política de concessões rodoviárias, com foco em tarifas mais acessíveis, implantação de pedágios eletrônicos (free flow) e incentivo à contratação local. Desde 2023, 13 leilões foram realizados, com expectativa de 48 concessões até o fim de 2025.
No setor ferroviário, o ministro mencionou investimentos nas ferrovias de integração com a Ferrovia Norte-Sul: a FICO (Centro-Oeste) liga a Norte-Sul a Rondônia, e a FIOL (Oeste-Leste), à Bahia. Ambas servem ao escoamento da produção agrícola, conectando regiões produtoras com a Norte-Sul, que é o principal tronco ferroviário do país. Também reforçou a importância da Ferrogrão, que conectará o Centro-Oeste à saída portuária no Pará. Os aportes somam R$ 45 bilhões desde 2012.

Rogério Carvalho (SE), líder do PT no Senado, alertou para a necessidade de garantir continuidade às ações por meio de planejamento de longo prazo.
“Só temos infraestrutura se tiver planejamento. O Brasil, infelizmente, vive períodos espasmódicos de planejamento e investimento. Isso é ruim para um país que aumenta a produtividade, mas não consegue desenvolver a estrutura ao mesmo nível dos investimentos feitos para ampliar a produção”, declarou.