Crescimento sustentado com inclusão social projeta o país como alternativa ao modelo neoliberal que afunda potências globais


Enquanto o mundo oscila entre crises geopolíticas, pressões inflacionárias e a ameaça de novos conflitos comerciais, o Brasil emerge como um exemplo raro de resiliência econômica e firmeza política. Em um momento em que potências globais apostam em políticas protecionistas e autoritárias, o país, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, demonstra que é possível crescer, manter a estabilidade e, acima de tudo, defender sua soberania nacional — mesmo diante das investidas de um governo norte-americano cada vez mais agressivo, como o de Donald Trump.

A reportagem da Bloomberg, uma das vozes mais influentes da mídia financeira global, não apenas reconhece o desempenho econômico brasileiro, mas também destaca algo mais profundo: a capacidade do Brasil de enfrentar adversidades sem abrir mão de suas escolhas próprias. E isso, em tempos de dominação imperial dos mercados e da diplomacia econômica dos Estados Unidos, é um ato de resistência política de extrema importância.

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A economia brasileira sob pressão: inflação em queda e crescimento sustentado

Os dados mais recentes são inequívocos. A inflação anual desacelerou no início de agosto, registrando alta de 4,95% nos últimos 12 meses — abaixo da previsão anterior de 5,3% e com o primeiro recuo mensal desde 2023. Esse alívio, embora ainda insuficiente para colocar a inflação dentro da meta oficial de 3%, é um sinal claro de que a política monetária rígida do Banco Central está surtindo efeito. A Selic, mantida em 15% — o maior patamar em quase vinte anos —, tem sido uma ferramenta crucial para conter os excessos inflacionários, especialmente em um contexto de choques externos.

O mercado financeiro, por sua vez, já começa a internalizar essa trajetória de controle. O Boletim Focus do Banco Central aponta que a projeção de inflação para 2025 foi novamente revisada para baixo, agora em 4,86% — a 13ª queda consecutiva nas estimativas. Isso demonstra uma crescente confiança dos agentes econômicos de que o Brasil está, de fato, retomando o rumo do equilíbrio macroeconômico. Mesmo com a meta ainda sendo ultrapassada — já que o teto permitido é de 4,5% —, o movimento de descida é consistente e encorajador.

A valorização do real frente ao dólar também tem contribuído para esse cenário mais favorável. Ao reduzir o custo de produtos importados, a moeda brasileira mais forte ajuda a amortecer os impactos de choques externos, especialmente em um momento em que o comércio internacional está cada vez mais fragmentado e hostil. E isso ocorre num contexto em que o Brasil enfrenta barreiras comerciais injustas, como as tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais — uma medida claramente protecionista e unilateral, típica do estilo trumpista de fazer política externa.

Soberania em xeque: a resposta firme do Brasil às pressões de Washington

É aqui que a narrativa vai além da economia e entra no campo político e ético. O Brasil não está apenas crescendo: está crescendo com dignidade. Enquanto governos submissos se dobram diante das exigências do Departamento de Comércio dos EUA, o governo Lula escolheu um caminho diferente — o da defesa intransigente da soberania nacional.

As tarifas impostas por Trump, que visam sufocar setores estratégicos da economia brasileira, como o agronegócio e a indústria de base, são mais do que uma medida econômica: são um ataque à autonomia do país. Mas, ao invés de ceder, o Brasil respondeu com mobilização popular, com políticas de estímulo à produção interna e com uma diplomacia ativa que busca novos mercados e parcerias estratégicas, especialmente no Sul Global.

O presidente Lula, que enfrentou críticas no início do ano por conta da alta de preços de itens básicos, soube transformar uma crise de percepção em uma oportunidade de fortalecimento político. Ao colocar o debate no campo da soberania — mostrando que os preços altos não são apenas um problema doméstico, mas também uma consequência das políticas desestabilizadoras de potências estrangeiras —, ele recuperou apoio popular e uniu setores diversos da sociedade em torno de uma causa comum: a defesa do Brasil.

Essa postura não é apenas corajosa; é necessária. Em um mundo onde as potências hegemônicas tentam impor suas regras como se fossem leis universais, o Brasil mostra que é possível resistir. E, mais do que isso, que é possível prosperar resistindo.

Crescimento com inclusão: o PIB que não esquece o povo

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), projetado em 2,18% para 2025, pode parecer modesto à primeira vista. Mas, quando contextualizado, revela-se como um avanço significativo. Afinal, estamos falando de um país que, após anos de recessão, desindustrialização e desmonte social impostos pelo ciclo neoliberal, retoma a trajetória de expansão — e o faz de forma sustentada.

Em 2024, o crescimento foi de 3,4%, consolidando o quarto ano consecutivo de expansão. Essa é a maior sequência de crescimento desde 2021, quando o avanço foi de 4,8%. E o motor desse crescimento não é apenas o agronegócio — que, por sinal, tem se mostrado um dos setores mais dinâmicos da economia —, mas também políticas públicas voltadas à renda, ao emprego e à produção nacional.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, o legado de Trump continua marcado por desigualdade, negacionismo e instabilidade. Seu retorno à cena política ameaça não apenas os direitos civis e a democracia norte-americana, mas também a estabilidade global. Suas políticas comerciais não são baseadas em princípios de livre mercado, mas em chantagem e poder. E o Brasil, ao se opor a elas, está se posicionando como um contraponto ético e político a esse modelo de dominação.

O papel do Banco Central: entre a inflação e a justiça social

É importante reconhecer que a manutenção da Selic em 15% tem um custo social alto. Juros elevados encarecem o crédito, dificultam o acesso a financiamentos para pequenas empresas e famílias, e podem frear a geração de empregos. É um instrumento necessário no curto prazo, mas que não pode se tornar uma política permanente.

O desafio do governo é equilibrar o controle da inflação com a retomada do investimento produtivo e a expansão do mercado de trabalho. E aqui, a esquerda tem um papel crucial: pressionar por reformas estruturais, como a reforma tributária progressiva, o fortalecimento da indústria nacional e a ampliação dos investimentos em infraestrutura e ciência e tecnologia.

As projeções indicam que a Selic deve cair gradualmente nos próximos anos — para 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028. Se esse caminho for acompanhado por políticas fiscais responsáveis e por um aumento real da produtividade, o Brasil poderá sair desse ciclo de juros altos sem voltar à estagnação.

Um modelo alternativo ao neoliberalismo global

O que a Bloomberg percebe, ainda que com a frieza típica da mídia financeira, é que o Brasil está construindo um modelo diferente. Um modelo que não subordina a economia às demandas do mercado internacional, que não aceita humilhações em nome de acordos desiguais, e que prioriza o desenvolvimento nacional com justiça social.

Enquanto países como o Reino Unido, a Alemanha e até mesmo o próprio Estados Unidos enfrentam estagnação, aumento da pobreza e fragmentação social, o Brasil mostra que é possível crescer com inclusão, combater a inflação sem destruir o mercado de trabalho e defender a soberania sem cair no isolacionismo.

A valorização do real, a queda da inflação, o crescimento do PIB e a resistência às pressões externas não são apenas indicadores econômicos: são símbolos de um projeto político em andamento. Um projeto que coloca o Estado no centro do desenvolvimento, que defende a produção nacional e que acredita na capacidade do Brasil de decidir seu próprio destino.

O Brasil como exemplo de resistência no século XXI

A mensagem que fica é clara: mesmo sob pressões internacionais, o Brasil segue em crescimento, preservando sua soberania e mostrando ao mundo que é capaz de construir seus próprios caminhos de estabilidade. Numa época em que o unilateralismo de Trump e de outros líderes de extrema-direita ameaça o multilateralismo e os direitos dos povos, o Brasil surge como um farol de resistência.

Não estamos imunes aos desafios. A inflação ainda está acima da meta, os juros pesam sobre a economia e as ameaças externas não vão desaparecer. Mas, pela primeira vez em muito tempo, o país tem uma direção clara, uma liderança comprometida com a justiça e uma população que entende que soberania não é um luxo — é uma condição para a liberdade.

E se o preço de ser soberano é enfrentar tarifas injustas, ótimo. Que as enfrentemos. O Brasil já superou ditaduras, crises e golpes. Superará também as investidas de um ex-presidente norte-americano que insiste em tratar o mundo como se fosse sua propriedade privada.

O futuro não pertence aos que se ajoelham. Pertence aos que, como o Brasil hoje, têm coragem de caminhar com suas próprias pernas.

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Last Update: 27/08/2025