O julgamento da tentativa de golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF) ganhou novos contornos nesta terça-feira (9), quando o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, afirmou que o Brasil quase retornou à ditadura devido à ação de uma organização criminosa liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Moraes destacou que o grupo não soube aceitar a derrota nas urnas, colocando em risco o Estado democrático de direito.

“Estamos esquecendo aos poucos que o Brasil quase volta a uma ditadura que durou 20 anos, porque uma organização criminosa, constituída por um grupo político não sabe perder eleições. Porque uma organização criminosa liderada por Jair Bolsonaro não sabe que é um princípio democrático e republicano a alternância de poder”, declarou Moraes.
Moraes enfatizou que a alternância de poder é um princípio fundamental da democracia e da República, e que a tentativa de Bolsonaro e seus aliados de manter-se no poder à força representa uma afronta a esse princípio.
“Quem perde vira oposição e disputa as próximas eleições. Quem ganha, assume, e tenta se manter, mas pelo voto popular”, disse o relator.
O ministro citou a utilização de estruturas públicas para fins políticos, a intimidação contra autoridades e outras ações por parte do grupo para deslegitimar o Judiciário. “Não se tenta permanecer coagindo, ameaçando gravemente, deslegitimando o Poder Judiciário de seu país”, afirmou
Atentado em Brasília
Durante sua fala, Moraes mencionou o atentado ocorrido em Brasília, quando uma bomba foi instalada em um caminhão nas proximidades do aeroporto da capital federal. O ministro ressaltou que, embora o ato isolado fosse grave, ele fazia parte de uma sequência de tentativas de perpetuação no poder a qualquer custo.
“Não se tenta se manter com bombas em aeroportos“, pontou. “Se nós pegarmos essa bomba no aeroporto de forma isolada é uma coisa. Aqui temos uma sequência de tentativa de perpetuação poder a todo custo“, afirmou Moraes.
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