O governo brasileiro e os empresários do setor privado começam a se preparar para lidar com aquela que pode ser a primeira onda de tarifas aplicadas pelo governo de Donald Trump contra o país.
Em artigo publicado no site UOL, o jornalista Jamil Chade explica que o governo prepara uma lista de produtos que podem ser retaliados caso as exportações brasileiras sejam atingidas, e que está em preparação o mapeamento do impacto das tarifas extras sobre as cadeias produtivas.
De acordo com Chade, “a preocupação é de que as taxas ou barreiras possam ser aplicadas em setores como o aço, ou como retaliação numa pressão para que o mercado de etanol do Brasil seja aberto ao produto americano”.
A percepção sobre a cobrança dos encargos aumentou na última sexta-feira, quando Trump disse que iria anunciar “tarifas recíprocas” contra diferentes economias nos próximos dias – e recentemente citou o Brasil como exemplo onde os EUA não seriam tratados de maneira “justa”.
Contudo, levantamento elaborado pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) mostra que a relação comercial dos americanos com o Brasil é superavitária há uma década: apenas em 2024, as exportações aos EUA somaram US$ 40,3 bilhões, mas as importações somaram US$ 40,6 bilhões, alta de 6,9% ante 2023.
O que pode pesar na conta são segmentos específicos, principalmente aqueles em que o relacionamento entre os dois países é um pouco mais tensa, como etanol ou aço.
O governo já começou a levantar as áreas nas quais poderia retaliar os Estados Unidos, seguindo o exemplo de outros mercados. A resposta não seria com a cobrança de taxas extras, mas com a retirada de benefícios que atualmente itens norte-americanos usufruem para entrar no Brasil – desta forma, as barreiras estariam dentro das normas internacionais.
O esforço está em concentrar a resposta na base republicana e dos apoiadores de Trump, em especial as regiões em que o presidente foi vencedor nas últimas eleições.