
O Brasil entrou na rota de sanções contra a Rússia por compra de diesel. O novo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, afirmou nesta segunda (19) que se reuniu com outros líderes europeus e com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para promover uma ofensiva econômica contra o país governado por Vladimir Putin.
“A Europa aumentará a pressão sobre Moscou por meio de sanções. Foi isso que acordamos com o presidente dos Estados Unidos após a sua conversa com Putin”, afirmou Merz na noite desta segunda.
Esse é o 17º pacote de sanções da União Europeia contra a Rússia e foca no comércio de petróleo do país. A ideia não é interromper o fluxo, mas afetar os preços do produto. A medida pode ter impacto direto nas bombas brasileiras em breve.
A Rússia foi a principal origem do diesel importado pelo Brasil em 2024. Segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), 63,6% do diesel comprado de fora pelo país veio da Rússia, número que era de 50,4% em 2023.

Atualmente, existem 350 petroleiros escoando 85% do petróleo russo e os principais compradores são China e Índia, parceiros do Brasil e Rússia nos BRICS. Os embarques são feitos pelos portos de Primorsk, Vigotski, São Petersburgo e Ust-Luga, todos na região de São Petersburgo.
O produto é transportado pela chamada “shadow fleet” (“frota fantasma”), que transporta o petróleo driblando restrições impostas por outros países. Os navios atravessam o golfo da Finlândia, o mar Báltico, os estreitos dinamarqueses, o mar do Norte e o canal da Mancha, chegando ao porto de Santos em cerca de 24 dias.
O novo pacote de sanções mira justamente essa frota. Mesmo que não consiga interromper o transporte, as tarifas tem dado força ao combustível americano, cujo transporte leva entre 4 e 5 dias a menos que as exportações russas. Antes, o produto dos Estados Unidos, que já chegou a ter uma desvantagem de R$ 0,15 por litro, caiu para um valor entre R$ 0,03 e R$ 0,04.
Paralelamente, distribuidoras regionais têm evitado comprar o diesel russo, optando por buscar o produto nos Estados Unidos, na Índia ou em países árabes, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).
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