Ana Paula. Foto: José Cruz/Agência Brasil

Por Amanda Audi, publicado na Diário do Centro do Mundo

A produtora de extrema direita Brasil Paralelo gastou pelo menos R$ 305 mil para impulsionar 575 anúncios para divulgar um documentário que tenta descredibilizar a história de Ana Paula, a farmacêutica que sofreu múltiplas agressões e tentativas de assassinato pelo marido e se tornou o nome da principal lei contra a violência doméstica do país. Os vídeos tiveram ao menos oito milhões de impressões (vezes em que apareceram em uma tela). Eles foram veiculados entre julho e novembro do ano passado.

Mas os números devem ser bem maiores que isso. Levamos em consideração apenas os anúncios registrados na biblioteca do Meta, que compreende Instagram e Facebook. A Meta não fornece os dados exatos, mas uma média. Por exemplo, um anúncio pode ter custado entre R$ 70 mil e R$ 80 mil. Para este levantamento, consideramos os valores mais baixos. Além disso, a empresa também não contabiliza nenhum resultado acima de 1 milhão de impressões – o que é o caso de pelo menos sete vídeos.

Anúncio no Facebook pago pela produtora Brasil Paralelo. Foto: Reprodução

Os anúncios mais vistos foram direcionados ao público-alvo de mulheres a partir de 25 anos de idade, principalmente da região Sudeste. A empresa define o público que quer que seja impactado, escolhendo gênero, faixa etária e região. Um dos anúncios teve mais de um milhão de impressões. Apesar de alguns anúncios serem direcionados a homens, os que receberam maior investimento e tiveram mais visualizações miram as mulheres.

Grupos que mais visualizaram anúncios da Brasil Paralelo. Foto: Reprodução

Além dos anúncios no Meta, a Brasil Paralelo também pagou influenciadores digitais para divulgar o documentário – como ex-feministas, mulheres cristãs e “coachs de família” conservadores. Alguns perfis, registrados pela página “Brasil

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Last Update: 23/12/2024