O Brasil não terá vacinação em massa contra a dengue em 2025. O Instituto Butantan, responsável pela fabricação do imunizante contra a doença, conseguiu ampliar a produção e poderá, a depender do volume produzido, fazer com que o Ministério da Saúde amplie a faixa etária a ser imunizada, mas isso não vai garantir uma campanha de vacinação em larga escala.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reconheceu que “o Butantan está produzindo, mas não há previsão de uma vacinação em massa neste ano de 2025. Isso é muito importante colocar, independente da Anvisa, porque é preciso ter escala nessa produção”.

Em dezembro, o instituto anunciou que tem a previsão de fornecer um milhão de doses contra a dengue em 2025. Segundo a ministra, a faixa etária beneficiada com a vacina poderá ser ampliada, o que dependeria da aprovação do imunizante pela Anvisa. Atualmente, o público-alvo é composto por crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos.

“Temos que esperar a aprovação. A aprovação parte dos estudos clínicos e define qual é a faixa etária que há evidências. Não posso antecipar, apesar dos artigos publicados, porque depende da aprovação da Anvisa. Lembrando que não há indicação para vacinação acima dos 60 anos”, lembrou a ministra.

Novas medidas

O Ministério da Saúde anunciou que o governo distribuiu 6,5 milhões de testes rápidos de dengue para municípios do país, sendo 2 milhões de testes apenas para cidades do estado de São Paulo.

Outra medida de prevenção é o reforço da campanha de conscientização contra a dengue no programa Saúde na Escola. Segundo Nísia, que se reuniu com especialistas em Brasília na última quarta-feira 22, a pasta chefiada por ela e o Ministério da Educação vão agir colocar o programa em prática a partir da próxima semana, que marca o retorno das aulas nas escolas públicas. Serão realizadas campanhas educativas e borrifação permanente de unidades escolares.

As medidas de combate à dengue foram intensificadas após o Brasil registrar, em 2024, um recorde na disseminação da doença: foram 6,6 milhões de casos prováveis e 6.060 mortes no país inteiro. 

Na primeira quinzena de janeiro de 2025, os números não foram tão altos quanto no ano passado, mas, ainda assim, são significativos. Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registrou cerca de 55 mil casos prováveis nos primeiros quinze dias de janeiro, com quatro mortes pela doença. No mesmo período do ano passado, foram 113 mil casos prováveis e 102 mortes.

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 23/01/2025