Em meio às tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, alvo de uma grande ofensiva de bloqueio comercial do presidente Donald Trump em negociações agora com outros países, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil não será “satélite de qualquer outro país”.
Durante evento em Brasília nesta terça-feira (9), Haddad reafirmou a necessidade de o país manter uma política externa e econômica soberana, diante do tarifaço liderada dos Estados Unidos. “O Brasil é uma economia grande demais para ser satélite de qualquer outro país”, disse o ministro.
A declaração ecoa a estratégia do governo Lula de adotar uma postura mais firme nas negociações internacionais, sem abrir mão do diálogo, mas sem aceitar imposições unilaterais. Para Haddad, está é “uma oportunidade para o Brasil fazer valer sua diplomacia comercial e obter vantagens bilaterais”.
Em paralelo, os movimentos no tabuleiro global reforçam a importância da estratégia defendida pelo governo. A China, maior parceiro comercial do Brasil, anunciou a substituição de parte das suas compras de soja dos Estados Unidos pelo produto brasileiro, como resposta direta à retomada de ameaças tarifárias feitas por Donald Trump.
A decisão chinesa aumenta ainda mais a relevância do Brasil no comércio internacional de commodities agrícolas, ao mesmo tempo em que enfraquece a posição norte-americana nesse mercado estratégico.
O ministro destacou que o presidente Lula vem fortelecendo as negociações junto a outros países, como o Mercosul e o G20, e entende a necessidade de ampliar mercados e diversificar as relações comerciais. “O presidente tem muita autoridade junto ao G20, tem uma boa interlocução com os europeus… é uma pessoa que não tem portas fechadas, porque entende o papel do Brasil no cenário global”.
O ministro também indicou um avanço nas negociações do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. “Conversei com o ministro das Finanças da França [Éric Lombard] e vi uma abertura maior”, disse, sobre uma reunião com o representante francês no dia 2 de abril.
