Na última terça-feira (20), o Senado Federal aprovou projeto de lei que estabelece 12 de abril como dia anual da amizade Brasil-Israel. Agora, o PL 5.636/2019 vai à sanção do presidente da República.

Relator do projeto na Comissão de Educação (CE) e presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, Carlos Viana (Podemos-MG) comprovou o caráter pró-sionista da medida em declaração após a votação no Senado:

“Os brasileiros e o povo de Israel são povos irmãos. A existência de uma comunidade de mais de 10 mil brasileiros em Israel e de cerca de 100 mil judeus no Brasil leva à existência de fortes vínculos culturais e sociais entre essas nações amigas. Essa data celebra essa proximidade”, disse.

A aprovação do projeto no Senado ocorre no momento em que “Israel” intensificou o genocídio na Faixa de Gaza. Mais de 100 palestinos são assassinados diariamente pelos bombardeios incessantes da ocupação sionista, que, diante de seu fracasso militar, aumenta a matança da população civil palestina.

Segundo dados mais recentes do Ministério da Saúde de Gaza, desde 18 de março de 2025, quando “Israel” rompeu unilateralmente o acordo de cessar-fogo firmado no início do ano, 3.613 palestinos foram assassinados e 10.156 foram feridos. Ao mesmo tempo, desde 7 de outubro de 2023, o exército sionista assassinou 53.762 palestinos e feriu outros 122.197.

O PL também é aprovado no momento em que Benjamin Netaniahu, primeiro-ministro de “Israel”, declarou que só acabará com o genocídio em Gaza se todo o povo palestino for expulso de sua própria terra. “Estou preparado para acabar com a guerra em Gaza sob condições claras que assegurarão a segurança de Israel”, disse, na quarta-feira (21), citando o plano enunciado por Donald Trump, presidente dos EUA, para tornar a Faixa de Gaza uma “zona de liberdade”.

Não há palavra mais adequada que “genocídio” para descrever o que “Israel” faz na Palestina. O Brasil não pode ser cúmplice de uma das maiores matanças que a humanidade já viu. O povo brasileiro não é e nunca será “amigo” do Estado cujo exército assassina bebês, crianças, mulheres, idosos e civis no geral por diversão.

No mesmo dia em que o PL foi aprovado, o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, declarou, durante audiência em comissão do Senado, que a “comunidade internacional não pode assistir de braços cruzados” ao que caracterizou como “uma carnificina” em Gaza.

Este Diário conclama o presidente a seguir as palavras de seu próprio ministro e rejeitar este projeto sionista. Mais do que isso, é preciso romper imediatamente toda e qualquer relação entre o Estado brasileiro e a ocupação israelense.

Lula precisa decidir: o Brasil ficará do lado de assassinos de crianças e mulheres, dos maiores criminosos que a história já viu; ou de um povo que, diante de um verdadeiro genocídio, luta bravamente por sua própria libertação?

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Last Update: 23/05/2025