Em entrevista concedida à rádio Jovem Pan Aracaju nesta sexta-feira (11/7), o senador Rogério Carvalho (SE), líder do PT, classificou como inimaginável a postura do presidente estadunidense Donald Trump em colocar as preferências ideológicas e pessoais do mandatário acima das relações institucionais entre as nações.
“Estamos falando de dois países democráticos: os Estados Unidos, com sua institucionalidade, e o Brasil, com a sua própria institucionalidade e instituições. Nunca vi, na história desses países, uma postura tão personificada, onde se coloca um país inteiro, milhares de empregos e interesses nacionais, a serviço de proteger alguém que cometeu crime”, criticou, em menção à tentativa de Trump interferir no processo pelo qual responde na Justiça brasileira o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O senador ainda criticou os movimentos do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro em buscar prejudicar o próprio país com sanções e aplicação de taxas na tentativa de livrar o próprio pai da punição pelos crimes cometidos.
“Estamos assistindo a um familiarismo, e não patriotismo. Uma família que se coloca acima dos interesses do povo brasileiro: a família Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro, deputado federal, está nos EUA conspirando contra o Brasil e contra nossas instituições. Isso é conspirar contra o Estado Democrático de Direito. É crime. Está indo ao exterior para pedir que o governo americano puna membros da nossa Justiça, apenas porque estão julgando seu pai, o ex-presidente”, destacou.
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Sobre as taxas anunciadas pelo governo norte-americano contra o Brasil, o senador ressaltou que o Congresso Nacional aprovou recentemente a Lei de Reciprocidade Econômica, que dá ao país ferramentas para retribuir esse tipo de ataque contra a economia e a soberania nacional.
“O Brasil não está de mãos atadas. Aprovamos no Congresso Nacional, em abril, a Lei da Reciprocidade. Essa lei dá ao presidente Lula e ao governo federal um instrumento legal poderoso para responder à altura. Pode-se quebrar patentes de medicamentos, tributar fortemente produtos audiovisuais dos EUA, tributar as big techs, taxar remessas de dividendos para compensar as perdas brasileiras”, exemplificou.
Além disso, lembrou Rogério, produtos importantes do Brasil como o café, suco de laranja e o aço têm mercado no mundo inteiro. O que permite ao Brasil buscar novos países para a exportação de seus bens.
“Não vamos ficar reféns do mercado americano. Se eles sobretaxarem os nossos produtos, vamos abrir mercados em outros países”, disse.
Do site do PT na Câmara