Brasil gera 1,34 milhão de empregos em 2025 e atinge recorde histórico

O Brasil registrou, de janeiro a julho de 2025, a criação de 1.347.807 empregos com carteira assinada, de acordo com o Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Apenas em julho, foram 129.775 novas vagas formais, contribuindo para que o estoque de vínculos ativos chegasse a 48,5 milhões — o maior número da série histórica.

A marca fortalece o discurso do governo federal sobre a recuperação econômica, em um momento em que busca ampliar apoio no Congresso e fortalecer sua narrativa de estabilidade. O salário médio real de admissão em julho foi de R$ 2.277,51, reforçando a tendência de recuperação gradual do poder de compra em meio à expansão do mercado de trabalho formal.

Todos os setores impulsionam alta

O resultado de julho foi positivo nos cinco grandes setores da economia. Serviços manteve a liderança, com 50,1 mil postos no mês e 688 mil no acumulado do ano. Em seguida, aparecem Indústria (24,4 mil em julho e 253,4 mil no ano), Comércio (27,3 mil em julho e 119,2 mil no ano), Construção (8,7 mil em julho e 177,3 mil no ano) e Agropecuária (19 mil em julho e 109,2 mil no ano).

O setor de Serviços, responsável por mais da metade das vagas abertas no ano, é tradicionalmente marcado por empregos com menor qualificação e salários mais baixos. Já a Indústria, que oferece remunerações médias mais altas, criou pouco mais de 24 mil postos em julho — um acúmulo anual de quase um terço do registrado no setor terciário.

Desempenho regional

O saldo foi positivo em 25 das 27 unidades da Federação. Em julho, São Paulo registrou o maior número absoluto de vagas criadas (42.798), seguido por Mato Grosso (9.540) e Bahia (9.436). Quando analisada a variação proporcional ao tamanho dos mercados de trabalho, os destaques foram Mato Grosso (+0,97%), Piauí (+0,80%) e Amapá (+0,79%).

Apesar da assimetria persistente demonstrar o peso de São Paulo no mercado nacional, em termos proporcionais, porém, Mato Grosso, Piauí e Amapá lideraram, sinalizando vitalidade de mercados menores, especialmente no agronegócio e em serviços locais.

No recorte regional, os saldos ficaram distribuídos assim: Sudeste (50.033), Nordeste (39.038), Centro-Oeste (21.263), Sul (11.337) e Norte (8.128). A desigualdade estrutural persiste: regiões como o Nordeste, embora tenham criado 39 mil postos em julho, ainda convivem com taxas de informalidade muito acima da média nacional.

Perfil dos trabalhadores

A geração de empregos em julho foi maior entre homens (72.974) do que entre mulheres (56.801), embora elas tenham ocupado mais vagas nos setores de Serviços e Comércio.

Por idade, jovens entre 18 e 24 anos concentraram a maior parte das novas vagas (94.965), seguidos por adolescentes de até 17 anos (26.374). Quanto ao nível de instrução, pessoas com ensino médio completo lideraram o saldo (102.417).

O recorte etário entre 18 e 24 anos reforça a percepção de geração de empregos de baixa produtividade e com salários que não acompanham o custo de vida, muitas vezes em empregos temporários ou de entrada. Isso é positivo por absorver parte da juventude que mais sofre com o desemprego, mas revela também um viés de rotatividade.

No recorte por raça, os pardos foram maioria nas admissões (108.429), seguidos de pretos (21.889), brancos (18.889) e indígenas (294). A População com Deficiência (PcD) também teve saldo positivo, com 774 novos vínculos.

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