O mercado de trabalho formal brasileiro manteve trajetória de crescimento em julho de 2025, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), apresentado nesta quarta-feira (27) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. O país registrou a criação líquida de 129.775 postos de trabalho com carteira assinada, saldo resultante de 2.251.440 admissões contra 2.121.665 desligamentos.
Os dados mostram que o crescimento do emprego foi amplamente distribuído pelo território nacional, alcançando 25 das 27 unidades da federação. O maior saldo foi registrado em São Paulo, com 42.798 novas vagas (+0,29%), seguido por Mato Grosso (+9.540 postos, +0,97%) e Bahia (+9.436, +0,43%). Apenas o Espírito Santo (-2.381) e o Tocantins (-61) apresentaram redução.
Entre as regiões, o Sudeste liderou com 50.033 vagas, seguido pelo Nordeste (39.038), Centro-Oeste (21.263), Sul (11.337) e Norte (8.128). O resultado confirma a capilaridade do crescimento do mercado de trabalho formal.
Conforme o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), no acumulado do ano, entre janeiro e julho, o saldo chega a 1,34 milhão de novos empregos, reforçando o dinamismo da economia e o efeito das políticas do governo Lula de incentivo ao trabalho formal, com crescimento de 2,86%.
Durante a divulgação dos dados, o ministro destacou ações do governo Lula para mitigar os efeitos do tarifaço imposto pelos Estados Unidos no mercado de trabalho. Entre as medidas mencionadas estão a abertura de 409 mercados, em 200 países, para a exportação de produtos brasileiros, a inclusão de itens afetados em compras governamentais e a negociação com os setores envolvidos para preservar empregos.
“Estamos abertos para dialogar com os setores que necessitem de eventual ajuste de mão de obra no mercado, seja para postergar contribuições ao fundo de garantia e à previdência, reduzir jornada, adotar férias coletivas, antecipar períodos de descanso, entre outras possibilidades previstas pela CLT que possam socorrer provisoriamente as empresas. Até o momento, não houve formalização de pedidos ao Ministério do Trabalho e Emprego. Recebemos apenas manifestações de setores industriais relatando dificuldades, mas ainda não de empresas específicas, o que seria necessário para acionar os dispositivos legais”, afirmou.
O ministro ressaltou ainda que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está autorizado a operar até R$ 30 bilhões em linhas de crédito com juros menores para apoiar os setores mais afetados.
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Segundo estimativas do BNDES, caso todo o cenário se confirmasse de forma negativa, o impacto máximo seria de aproximadamente 320 mil empregos diretos e indiretos. No entanto, o ministro avalia que a situação tende a ser menos grave, já que algumas empresas já encontraram compradores substitutos e outras devem sofrer impactos reduzidos.
“Creio que passaremos por essa fase e tenho certeza de que o comércio exterior brasileiro sairá mais forte depois disso”, disse.
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Serviços continuam liderando contratações
O setor de serviços foi o maior responsável pela geração de empregos em julho, com a criação de 50.159 postos formais. Dentro do segmento, as áreas de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas se destacaram com 26.718 vagas, seguidas de transporte e armazenagem (11.668) e alojamento e alimentação (4.447).
Na sequência, o comércio registrou saldo positivo de 27.325 empregos, impulsionado pelo movimento do varejo e da reparação de veículos.
A indústria apresentou saldo de 24.426 vagas, seguida pela construção (19.066) e pela agropecuária (8.795). Todos os principais grupamentos econômicos contribuíram para o avanço no mês.
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Jovens e trabalhadores com ensino médio
O perfil das contratações reforça a inclusão de jovens no mercado de trabalho. Em julho, o saldo foi de 94.965 vagas para pessoas entre 18 e 24 anos, a faixa etária mais beneficiada. Também se destacaram os trabalhadores com ensino médio completo, que responderam por 102.417 novos postos.
O levantamento mostra ainda que as vagas se concentraram nas faixas salariais de até 1,5 salário mínimo, refletindo o dinamismo em ocupações de entrada, mas também com expansão em cargos que exigem ensino superior completo, que tiveram saldo de 88.164 vínculos no acumulado do ano.
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Estoque de empregos ultrapassa 48,5 milhões
Com o resultado de julho, o estoque total de empregos formais no Brasil chegou a 48,54 milhões de vínculos ativos, o maior da série recente do Novo Caged. Desse total, 43,3 milhões são vínculos típicos (contratos tradicionais) e 5,2 milhões não típicos, como aprendizes, intermitentes e temporários.
O crescimento em relação ao ano anterior demonstra que, mesmo em um cenário de ajustes econômicos, o emprego formal mantém expansão e contribui para a ampliação da renda das famílias brasileiras.
Veja a íntegra da coletiva:
Salário médio e seguro-desemprego
O salário médio real de admissão em julho foi de R$ 2.365,70, levemente abaixo do valor médio de desligamento (R$ 2.381,19). O indicador reflete a recomposição do poder de compra e a valorização de categorias em setores de serviços e comércio.
O número de requerimentos de seguro-desemprego somou 647,5 mil, estável em relação ao mesmo período de 2024 e dentro da média histórica para o mês.
Da Redação, com informações do MTE