Um míssil balístico intercontinental russo, capaz de carregar uma bomba nuclear, participa de desfile em Moscou. Foto: Alexander Nemenov

Se uma guerra nuclear estourasse entre as principais potências militares do mundo, o Brasil estaria a salvo? A resposta depende de quem participasse do conflito e da capacidade de alcance dos mísseis envolvidos.

De acordo com a plataforma especializada Missile Threat, que reúne análises sobre proliferação de armas e defesa aérea, “mísseis balísticos e de cruzeiro, foguetes, artilharia e morteiros, além de sistemas de lançamento de mísseis hipersônicos de manobra, formam, agora, um complexo de ataques do século XXI com o qual os EUA, aliados e países parceiros precisam lidar”.

Atualmente, três países concentram o maior poder destrutivo nuclear: Estados Unidos, Rússia e China. Os EUA operam o míssil Minuteman III, com alcance de até 13 mil km; a Rússia possui o temido R-36 (SS-18 “Satan”), que pode atingir até 16 mil km; e a China conta com o DF-41, com alcance entre 12 mil e 15 mil km. Todos são capazes de atingir praticamente qualquer ponto do planeta — inclusive o Brasil.

Fora das superpotências: o que dizem os outros arsenais nucleares

Mesmo sem EUA, Rússia e China, outros países possuem mísseis de longo alcance e armamento nuclear relevante. É o caso de Israel, que não confirma oficialmente seu arsenal, e do Irã, que tem um programa nuclear ativo, embora ainda não possua bombas atômicas.

Irã x Israel

Segundo o Missile Threat, o Irã detém “o maior e mais diversificado arsenal de mísseis do Oriente Médio”. Um dos principais é o Soumar, com alcance de até 3 mil km, suficiente para atingir Israel, bases americanas no Golfo e partes da Europa.

Israel, por sua vez, opera o míssil balístico de longo alcance Jericho 3, com capacidade de até 6.500 km. “Israel possui um dos arsenais de mísseis tecnologicamente mais avançados do Oriente Médio” e conta com um sofisticado sistema de defesa antimíssil em camadas, desenvolvido em parceria com os Estados Unidos.

Índia, Paquistão e Coreia do Norte: o poder nuclear asiático

Na Ásia, Índia e Paquistão mantêm arsenais nucleares operacionais. A Índia utiliza o Agni-III, com alcance de até 5 mil km, enquanto o Paquistão opera o Shaheen 2, com alcance de até 2 mil km.

A Coreia do Norte continua investindo fortemente em sua capacidade de destruição em massa. Seu principal armamento é o míssil Hwasong-14, com alcance estimado de até 10.400 km. O país, segundo o Missile Threat, “tem se apoiado, há décadas, em uma estratégia de segurança nacional baseada em capacidades assimétricas e armas de destruição em massa”.

E o Brasil, escaparia?

O território brasileiro ficaria fora do alcance direto em muitos cenários — especialmente em conflitos localizados ou envolvendo apenas potências regionais.

No entanto, em uma guerra entre superpotências como EUA, Rússia e China, com mísseis de alcance global, o Brasil poderia, sim, ser atingido ou sofrer impactos indiretos devastadores, como colapso econômico, desorganização global e efeitos ambientais em escala planetária.

Confira abaixo o raio de alcance dos mísseis mais potentes dos países com armas nucleares:

Raio de alcance dos mísseis mais potentes dos países com armas nucleares. Foto: Arte/O Globo
Raio de alcance dos mísseis mais potentes dos países com armas nucleares, incluindo EUA, Rússia e China. Foto: Arte/O Globo

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Last Update: 24/06/2025