O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou à defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a apresentação de um “convite oficial” para a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para o próximo dia 20 de janeiro.
Em resposta, os advogados de Bolsonaro apresentaram um e-mail enviado pelo cerimonial do evento, mas que não atende aos requisitos protocolares exigidos pela Corte para comprovação de um convite oficial. A mensagem utiliza o domínio “t47inaugural.com”, associado a uma organização privada encarregada de planejar os eventos da posse de Trump, o que levanta questionamentos sobre sua validade como documento formal.
Bolsonaro, que teve seu passaporte apreendido como parte de investigações sobre tentativa de golpe de Estado em 2022, depende da liberação judicial para viajar ao exterior. Em ocasiões anteriores, pedidos semelhantes foram negados pelo STF. A apresentação do e-mail pela defesa, sem outros documentos ou detalhes, não garante que ele esteja formalmente convidado para o evento.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva será representado na posse de Trump pela embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti.Por tradição, os norte-americanos convidam os líderes das missões diplomáticas.
Viotti assumiu suas funções na capital americana em 2023. Antes, foi chefe de gabinete do secretário-geral das Nações Unidas (2017-2021), subsecretária-geral para Ásia e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores (2016) e embaixadora do Brasil na Alemanha (2013-2016). Foi representante permanente do Brasil nas Nações Unidas (2007 a 2013), período no qual chefiou a delegação brasileira no Conselho de Segurança (2010-2011). Ela também presidiu o conselho em fevereiro de 2011.
Anos antes, entre 1993 e 1996, serviu como conselheira na embaixada do Brasil em La Paz, na Bolívia. Viotti se formou em Economia e ingressou no Serviço Exterior Brasileiro em 1976, após se graduar no Instituto Rio Branco.