O Brasil e o Japão abriram os caminhos para que produtos brasileiros ganhem terreno no mercado japonês. Nesta quarta-feira 26, em meio à visita do presidente Lula (PT) ao país asiático, os dois países anunciaram que vão trabalhar para acelerar o processo de inspeção dos japoneses aos produtos bovinos e suínos do Brasil.
Essa é uma condição essencial para que os produtos ‘in natura’ do Brasil passem a ser comprados pelo Japão. Os dois países, aliás, negociam há mais de duas décadas um acordo dessa natureza.
O mercado japonês de carne bovina é fortemente dependente da importação, o que é motivo de interesse dos produtores brasileiros.
Cumprindo um dos objetivos da viagem da comitiva de Lula ao Japão, o próprio governo japonês, na figura do primeiro-ministro Shigeru Ishiba, confirmou o acordo.
“Sobre a abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira, como um próximo passo, uma inspeção técnica (visita presencial) no Brasil pelas autoridades japonesas competentes deve ocorrer imediatamente para acelerar o trabalho necessário para a avaliação de risco”, diz um trecho do comunicado, que ganhou o nome de Plano de Ação para a Parceria Estratégica e Global Brasil-Japão (2025-2030).
Ainda não há uma data precisa para que a comitiva japonesa desembarque no Brasil, mas o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Roberto Perosa, afirmou ao jornal Valor Econômico que os técnicos do Japão devem chegar em até 60 dias.
“As outras etapas avançam rapidamente. Depois ainda vamos receber a declaração da Organização Mundial de Saúde Animal de que o Brasil está livre da febre aftosa. O documento será anexado ao processo e, com isso, todos os estados brasileiros estarão aptos a vender carne para o Japão”, confirmou o representante.