“Brasil e Caribe abrem uma nova etapa de integração, desenvolvimento sustentável e prosperidade para os nossos povos”, afirmou o presidente Lula no encerramento da Cúpula Brasil-Caribe, realizada nesta sexta-feira (13), no Palácio Itamaraty, em Brasília. O encontro reuniu representantes de 17 países e retomou, após mais de uma década, uma agenda de aproximação com a região caribenha.
A cúpula teve como objetivo estreitar a cooperação no enfrentamento de desafios comuns, como a insegurança alimentar, a crise climática, a conectividade e a situação de emergência no Haiti. O evento também reforçou a parceria com organismos regionais, como o Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (CAF), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Associação dos Estados do Caribe.
Presidente Lula durante assinatura de atos e declaração à imprensa na Cúpula Brasil-Caribe https://t.co/zjJon825Lc
— Lula (@LulaOficial) June 13, 2025
Fome e justiça social no centro
A primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, iniciou a cerimônia, lembrando que “o mundo tem mais do que o suficiente de alimentos para todos nós, mas não tem oportunidade nem caridade suficiente para que todos se beneficiem”.
Mottley também parabenizou Lula pelas políticas históricas de transferência de renda e sua atuação em favor dos mais pobres, Segundo ela, esses programas “continuam a ser uma luz norteadora em vários países mundo afora”. E destacou que “a civilização caribenha talvez não seja a mais rica do mundo, mas é abençoada com o nível de humanidade que nos faz entender o que é o bom e o que é o mal, e nos leva a defender o bem em todas as ocasiões”.
Lula reforçou a necessidade de combater as disparidades. “A trajetória brasileira de inclusão social e redução da desigualdade pode ser útil para os países do Caribe. Reforçamos o chamado para que todos participem da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, disse. Segundo ele, o Haiti e a República Dominicana estão entre os primeiros beneficiários da iniciativa.
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Clima, energia e integração
Na área climática, os países aprovaram uma declaração comum para ser levada à COP30, com foco em justiça ambiental e financiamento climático. “Os pequenos Estados insulares do Caribe são particularmente vulneráveis aos efeitos do aquecimento global. Chegaremos em Belém unidos por uma transição justa e inclusiva”, afirmou o brasileiro.
Outro eixo estratégico foi a ampliação da conectividade aérea, viária e marítima entre os países. “A interligação logística é essencial para o crescimento do comércio, a dinamização das cadeias de valor e a expansão dos investimentos na região”, disse Lula. Ele anunciou também o Fórum “Brasil Abre as Portas para o Caribe”, a ser realizado em Fortaleza.
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Apoio ao Haiti e novos fundos
A situação do Haiti teve atenção especial. Lula lembrou que o país enfrenta uma crise profunda e que o Brasil já atua ali com programas de formação profissional e policial. Mia Mottley endossou a urgência da ajuda internacional. “Ano passado, mais pessoas morreram no Haiti, em vários meses, do que em qualquer outro lugar no mundo. Mas como o país não é visto como um teatro de conflito tradicional, ele continua a ser ignorado pela maioria da comunidade global”, afirmou. “O Haiti precisa da voz e do apoio do mundo mais do que nunca”.
Por sua vez, o presidente brasileiro anunciou o aporte de 5 milhões de dólares ao Fundo Especial de Desenvolvimento do Banco do Caribe. “Isso representará novas oportunidades para que empresas brasileiras participem das licitações realizadas com financiamento da instituição”, afirmou.
Ao encerrar a cúpula, Lula reafirmou o papel do Brasil como parceiro solidário da região. “Estou muito animado com os resultados que alcançamos e com o trabalho que temos pela frente”, declarou. A nova etapa da relação entre Brasil e Caribe começa com diálogo, cooperação e compromissos concretos.
Da Redação