Brasil e Argentina ampliam acordo automotivo com tarifa zero para autopeças

Nova medida impulsiona setor de ônibus, vans e caminhões e fortalece comércio bilateral com inovação e investimento

O presidente da República em exercício, ministro Geraldo Alckmin, assinou o decreto nº 12.515, publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira (17), que amplia o acordo automotivo entre Brasil e Argentina, flexibiliza as condições de acesso ao mercado para ônibus, vans e caminhões com até cinco toneladas e estabelece tarifa zero para a importação de autopeças, acelerando a competitividade da indústria automotiva.

“Essa é uma medida que aprimora o acordo automotivo entre Brasil e Argentina, facilita o comércio, reduz custos e aumenta a competitividade da indústria brasileira”, destacou Alckmin, ao assinalar que nosso setor automotivo ocupa a 8ª posição do ranking mundial na produção de veículos e gera mais de um milhão de empregos diretos e indiretos.

Leia maisEfeito Lula: Brasil é oitavo maior fabricante mundial de veículos

“No ano passado, tivemos crescimento de 14,1% nas vendas”, salientou o presidente em exercício, ao lembrar que o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) oferece incentivos de R$ 19,3 bilhões até 2028 e alavancou anúncios de investimentos privados de R$ 140 bilhões.

Em contrapartida à eliminação das tarifas de importação de autopeças não produzidas no país, as empresas beneficiadas ficam obrigadas a investir 2% do valor isento em pesquisa, inovação ou programas industriais prioritários para o setor automotivo.

“Mais acesso a mercado e peças mais baratas para a indústria? Temos!”, diz a postagem do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) no perfil na rede X, destacando que as medidas trarão “mais mercado, menos tarifas e mais inovação”.

Fluxo comercial de bilhões 

Até maio de 2025, o volume total de comércio entre Brasil e Argentina alcançou US$ 12,6 bilhões, um crescimento de 26,2% em relação ao mesmo período de 2024.

Os produtos automotivos são os principais bens desse fluxo comercial, atingindo US$ 13,7 bilhões em 2024, o equivalente a 50% do total de US$ 27,4 bilhões comercializados entre os dois países no ano.

Leia mais: Setor automotivo cresce 10% sob Lula; Toyota anuncia investimento bilionário

ACE-14 traz segurança jurídica 

A partir de agora passa a valer na legislação brasileira o 46º Protocolo Adicional ao Acordo de Complementação Econômica (ACE) nº 14, assinado entre Brasil e Argentina dia 29 de abril.

Estabelecido em negociações com a participação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o ACE-14 traz diretrizes para o comércio automotivo, atualiza a classificação dos produtos e aprimora os critérios sobre regras de origem, que determinam se um item é realmente fabricado em um dos dois países.

Além disso, melhora as condições de acesso a mercados e desonera a importação de autopeças não produzidas localmente. Elaborado em 1990 e aperfeiçoado ao longo dos anos, o ACE-14 atualiza as regras aplicáveis e promove mais segurança jurídica nas transações bilaterais.

Leia mais: “Faz o L!”: Brasil lidera crescimento no mercado automotivo global em 2024

PTNaciona, com Agência Gov

Artigo Anterior

AGU firma acordo para indenizar familiares de Vladimir Herzog

Próximo Artigo

STF rejeita recurso de alvo da Lava Jato e mantém validade de provas

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter por e-mail para receber as últimas publicações diretamente na sua caixa de entrada.
Não enviaremos spam!