O mercado de trabalho formal brasileiro segue em alta. De janeiro a março, foram criados 654.503 empregos com carteira assinada, segundo dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados nesta quarta-feira (30/4) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Em março, o saldo ficou positivo em 71.576 novas vagas, resultado de 2.234.662 admissões contra 2.163.086 desligamentos. Com isso, o número total de trabalhadores com carteira assinada chegou a 47,857 milhões. No acumulado de 12 meses (de abril de 2024 a março de 2025), o país gerou 1.613.752 postos de trabalho formais.
“Faz o L!”: desemprego chega ao menor nível da história no 1º trimestre
Destaques
O desempenho foi impulsionado principalmente pelo setor de serviços, responsável pela criação de 362.866 empregos — mais da metade do total no trimestre. A indústria também teve participação expressiva, com 153.868 novas vagas, puxadas por segmentos como abate e fabricação de produtos de carne (+14.517), abate de aves (+6.505), processamento de fumo (+10.835) e confecção de artigos do vestuário (+9.539). A construção civil também se destacou, com 100.371 postos de trabalho criados.
Entre os estados, São Paulo encabeçou a geração de empregos formais no primeiro trimestre, com 209.656 novas vagas (alta de 1,46%). Minas Gerais veio em seguida, com 75.896 (+1,55%), e o Rio Grande do Sul fechou o pódio com 66.490 vínculos formais criados (+2,35%).
Desempenho em março
No mês de março, o setor de serviços continuou liderando, com saldo de 52.459 vagas. A construção civil registrou 21.946 novas admissões, e a indústria, 13.131. As mulheres foram maioria entre os contratados no período: 48.922 vagas preenchidas por elas, contra 22.654 por homens. Quatro das cinco regiões brasileiras apresentaram saldos positivos, com destaque para São Paulo (+34.864), Minas Gerais (+18.169) e Santa Catarina (+9.841).
O salário médio de admissão foi de R$ 2.225,17, uma leve alta de 0,18% em relação ao mês anterior (R$ 2.221,11). Na comparação com março de 2024, o avanço real foi de 1,33%. Trabalhadores em ocupações típicas tiveram rendimento mediano de R$ 2.263,90, enquanto os não típicos receberam R$ 1.940,59, o que representa uma diferença de 12,8%.
Site do governo reúne vagas de emprego em todo País
Recado ao Banco Central
Apesar do saldo positivo, os dados de março mostram uma desaceleração em relação a janeiro, quando foram criadas 137.303 vagas, e apontam para uma alta rotatividade no mercado, com mais de 2,1 milhões de desligamentos registrados no mês.
Durante o anúncio dos resultados, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, enviou um recado ao Banco Central. Segundo ele, chegou o momento de “liberar a economia para funcionar melhor […] É hora de começar a falar em reduzir a taxa Selic, essa é a mensagem do mercado de trabalho”.
A fala de Marinho ecoa entre empresários e trabalhadores, que esperam do Banco Central uma sinalização mais clara de compromisso com a retomada do crescimento. A redução dos juros pode ser o próximo passo para sustentar a geração de empregos, acelerar o desenvolvimento e ampliar as oportunidades no país.