O ciclo econômico de 2023-2025 confunde expectativa e impacto real. A razão é simples: o governo usou a inflação para tributar renda sem corrigir a tabela do Imposto de Renda, capturando ganhos salariais nominais e comprimindo o orçamento familiar; juros elevados – reflexo de uma política fiscal expansionista – consumiram fatias maiores da renda mensal.
Ao mesmo tempo, tributos indiretos sobre bens e serviços encareceram o custo de vida. A recente isenção parcial do IR para quem ganha até R$ 5 mil é apresentada como alívio – inclusive comemorada pelo presidente Lula (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil) como uma das conquistas de 2025 – mas, para muitos, não compensa o que já foi extraído. O paradoxo aparente entre dados macro positivos e desaprovação popular desaparece quando se observa a renda líquida: há crescimento estatístico, mas retração no bolso de quem trabalha.