
Nesta sexta-feira (16), o Ministério da Agricultura anunciou a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em aves comerciais em Montenegro, no Rio Grande do Sul.
As ações para conter e eliminar a doença já começaram no local. Essa é a primeira vez que o vírus aparece em criações comerciais de aves no Brasil, o que acendeu um alerta para a saúde pública e animal.
O patógeno está presente em várias regiões do mundo, como Ásia, África e Europa, e recentemente se espalhou rapidamente na América do Norte, afetando até bovinos.
Segundo especialistas, o risco para consumidores é baixo, já que carnes e ovos passam por inspeção rigorosa. Alexandre Naime Barbosa, infectologista da Unesp, reforça que “é possível conter o espalhamento da influenza aviária de alta patogenicidade, desde que sejam implementadas medidas rápidas, coordenadas e integradas entre os setores de saúde animal, saúde humana e meio ambiente.”

Apesar da transmissão para humanos ser rara, ela ocorre principalmente entre trabalhadores que lidam diretamente com aves infectadas.
A doença pode ser grave, com taxa de mortalidade de até 60%. Para evitar riscos, é essencial intensificar a vigilância de aves, notificar casos rapidamente, evitar contato com aves doentes ou mortas e seguir práticas rígidas de biossegurança.
Confira a nota do Ministério da Agricultura:
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta quinta-feira (15) a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em matrizeiro de aves comerciais. A detecção ocorreu no estado do Rio Grande do Sul, no município de Montenegro.
Esse é o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil. Desde 2006, ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa.
O Mapa alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas).
As medidas de contenção e erradicação do foco previstas no plano nacional de contingência já foram iniciadas e visam não somente debelar a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população.
O Mapa também está realizando a comunicação oficial aos entes das cadeias produtivas envolvidas, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), aos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, bem como aos parceiros comerciais do Brasil.
O Serviço Veterinário brasileiro vem sendo treinado e equipado para o enfrentamento dessa doença desde a primeira década dos anos 2000.
Ao longo desses anos, para prevenir a entrada dessa doença no sistema de avicultura comercial brasileiro, várias ações vêm sendo adotadas, como o monitoramento de aves silvestres, a vigilância epidemiológica na avicultura comercial e de subsistência, o treinamento constante de técnicos dos serviços veterinários oficiais e privados, ações de educação sanitária e a implementação de atividades de vigilância nos pontos de entrada de animais e seus produtos no Brasil.
Tais medidas foram cruciais e se mostraram efetivas e eficientes para postergar a entrada da enfermidade na avicultura comercial brasileira ao longo desses quase 20 anos.
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