Não é novidade para ninguém que o desemprego é um verdadeiro flagelo para o trabalhador.
Na categoria bancária, especificamente, a situação desse flagelo vem piorando ano após ano. A categoria, além do sistemático fechamento de postos de trabalho — que já contou com um efetivo de mais de 700 mil trabalhadores e hoje foi reduzida a apenas 435 mil —, está sendo substituída por trabalhadores terceirizados, com salários muito menores e sem os direitos conquistados pela categoria bancária através da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).
Fato é que os banqueiros não são seres humanos: são parasitas, sanguessugas que vivem às custas da exploração dos trabalhadores, da população em geral e do Estado. E exemplos disso é que não faltam, o mais recente sendo dos banqueiros do Bradesco, que demitiram trabalhadores com câncer e com problemas cardíacos.
Segundo denúncias feitas pelo Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, no último dia 17 de março, “o Bradesco vem demitindo bancários em situação delicada de saúde e se nega a cancelar a demissão, mesmo com exames comprobatórios e pedido de revisão pelo Sindicato, sendo necessário recorrer a processos jurídicos para reverter as dispensas”.
No Rio de Janeiro, o Sindicato tem recebido denúncias de situações alarmantes, como a de dois funcionários com câncer e outro com problemas cardíacos e cirurgia marcada que, mesmo assim, foram dispensados pelo Bradesco. (Site Fetec/CUT/CN, 17/03/2025)
Para o diretor do Sindicato e representante da COE (Comissão de Organização dos Empregados), Leuver Ludolff, “recebemos muitas queixas sobre o tratamento dado aos bancários, principalmente em relação ao resultado dos exames. Funcionários, mesmo doentes, com problemas sérios de saúde, como cardíacos e até em tratamento oncológico, são demitidos. Uma total falta de responsabilidade e respeito à vida”. (idem)
Os bancários estão sofrendo sobremaneira com a política dos banqueiros de superexploração. O quadro insuficiente de funcionários e a cobrança sistemática de atingimento de metas desumanas e de resultados vêm causando o surgimento de diversas doenças, como depressão e distúrbios físicos no ambiente de trabalho. Quando o trabalhador tira uma licença para fazer tratamento, é agraciado com um pontapé no traseiro e jogado no olho da rua.
Essa postura do Bradesco é a mesma dos demais banqueiros, que tratam seus funcionários como objetos facilmente descartáveis. Por isso, a categoria não pode depositar nenhuma confiança em seus inimigos históricos, devendo exigir das direções sindicais a mesma postura e lutar para barrar a ofensiva reacionária dos banqueiros.