O deputado federal Guilherme Boulos, pré-candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, considerou lamentável a declaração do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sobre as urnas eletrônicas no Brasil.
Segundo Boulos, a declaração demonstra desconhecimento sobre o sistema eletrônico de votação brasileiro.
A Venezuela está prestes a realizar uma eleição presidencial. No próximo domingo, Maduro buscará seu terceiro mandato de seis anos e terá como principal adversário Edmundo González, apoiado pela líder oposicionista María Corina Machado, impedida pela Justiça venezuelana de concorrer.
Em um comício, o chavista questionou a lisura das urnas brasileiras, sem provas. Ele disse que a Venezuela tem “o melhor sistema eleitoral do mundo”, com auditoria em 54% das urnas. “Em que outra parte do mundo fazem isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é auditável? No Brasil? Não auditam nenhum boletim. Na Colômbia? Não auditam nenhum boletim.”
Não é verdade. O Tribunal Superior Eleitoral reforçou que o Boletim de Urna “é um relatório totalmente auditável”.
As auditorias ocorrem antes, durante e depois do processo eleitoral. Uma norma do TSE garante às entidades fiscalizadoras o acesso antecipado aos sistemas eleitorais e o acompanhamento dos trabalhos para especificação e desenvolvimento.
Além disso, os Tribunais Regionais Eleitorais realizam, por amostragem, no dia da votação, duas auditorias de funcionamento das urnas: o Teste de Integridade e o Teste de Autenticidade. Em 2024, a exemplo do que ocorreu em 2022, a Justiça Eleitoral ainda promoverá o Teste de Integridade com Biometria, em locais de votação designados.