Um jovem de 24 anos, Herus Guimarães Mendes, foi assassinado a tiros durante uma ação criminosa do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (PM) do Rio, Bope, no Morro do Santo Amaro, na zona sul do Rio de Janeiro, no último sábado (7). Outras cinco pessoas ficaram feridas e foram socorridas para o Hospital Municipal Souza Aguiar.
O assassinato aconteceu durante a realização de uma festa junina na comunidade, com a presença de centenas de pessoas, crianças, jovens e idosos. Vídeos divulgados por participantes mostram a apresentação de quadrilha de festa junina e um clima de alegria e diversão na comunidade, bruscamente interrompido por tiros, levando ao desespero das pessoas que correm para se abrigar das balas.
Como sempre, a Polícia Militar do Rio alegou que as equipes do Bope foram até o local para checar a possível presença de “criminosos fortemente armados”, e que os agentes foram recebidos por disparos antes de fazer o revide.
Da mesma maneira que o Estado nazisionista de “Israel” justifica a brutal opressão e o genocídio palestino afirmando serem efeitos colaterais da luta contra o “terrorismo”, também no Brasil a Polícia Militar justifica o massacre contra o povo pobre, operário e negro como efeito colateral da luta contra o crime e o tráfico de drogas.
O caso é exemplar na denúncia da pérfida justificativa, veiculada sistematicamente por toda a imprensa capitalista, atacar uma festa junina, momento de felicidade da comunidade sob pretexto cínico de combater o crime não convenceu. A repercussão do caso foi extremamente negativa, gerando revolta na comunidade, que protestou contra a operação criminosa e no País inteiro. Ficou claro que se trata de uma política de perseguição e opressão de toda uma parcela da população, operários, pobres, negros, por parte do Estado.
Diante dessa repercussão, o governo do Estado exonerou dois capitães, um deles comandante do Bope, de seus postos e afastou das ruas 12 policiais. Mero teatro.
A política de segurança pública continua a mesma em todo lugar, a guerra contra o povo pobre, operário, negro, camponês pobre, índio pobre, mascarada de guerra ao crime e as drogas. Mais uma vez, coloca-se a questão central, todo o aparato repressivo deve ser extinto e substituído por forças de segurança compostas e controladas democraticamente pela população.