
Um relatório preliminar e confidencial do governo dos Estados Unidos concluiu que os bombardeios realizados por Washington em três instalações nucleares do Irã atrasaram o programa nuclear iraniano por apenas alguns meses. A informação foi publicada nesta terça-feira (25) pelo New York Times, com base em declarações de autoridades que tiveram acesso ao documento.
Segundo o relatório da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA (DIA), as entradas de duas instalações foram seladas pelos ataques, mas as estruturas subterrâneas resistiram e não desabaram.
Antes da ofensiva militar, analistas da inteligência americana estimavam que o Irã precisaria de cerca de três meses para produzir uma bomba nuclear, caso decidisse acelerar o processo. Após os ataques dos EUA, seguidos por dias de bombardeios da Força Aérea de Israel, a estimativa de atraso no programa ficou abaixo de seis meses.

O relatório também aponta que grande parte do estoque de urânio enriquecido do Irã foi removida antes dos ataques e pouco material nuclear foi destruído. Há suspeitas de que parte desse estoque tenha sido transferida para locais secretos.
Autoridades israelenses acreditam que o regime iraniano manteve pequenas instalações de enriquecimento clandestinas para garantir a continuidade do programa mesmo após eventuais ataques aos grandes complexos.
Ainda de acordo com o documento, os três alvos — Fordo, Natanz e Isfahan — sofreram danos classificados entre moderados e severos. A instalação mais atingida foi a de Natanz. Não está claro se o Irã tentará reconstruir essas estruturas ou seguir com o programa de outra forma.