Pelo menos 22 pessoas morreram e 45 ficaram feridas em um ataque que danificou o escritório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, localizado na Faixa de Gaza, uma área rodeada por centenas de desalojados, informou a organização.
O novo episódio de violência ocorreu enquanto o Exército israelense intensificava seus ataques contra o território palestino, onde horas antes morreram pelo menos 30 pessoas, segundo fontes médicas.
Segundo o CICV, o ataque “provocou uma afluência massiva de vítimas ao hospital próximo de campanha da Cruz Vermelha”, que “recebeu 22 mortos e 45 feridos”.
O Ministério da Saúde de Gaza informou 25 mortos e 50 feridos e acusou os israelenses de ter “atacado as tendas dos civis deslocados em Al-Mawasi”.
Um porta-voz do Exército israelense disse que “uma investigação inicial sugere que não há indícios de que o IDF tenha realizado um ataque na zona humanitária de Al-Mawasi”.
“Disparar tão perigosamente perto de estruturas humanitárias, cuja localização é de conhecimento das partes no conflito e que estão claramente marcadas com o emblema da Cruz Vermelha, coloca em perigo a vida dos civis e dos funcionários”, criticou o CICV.
Intensificação dos ataques
As forças israelenses intensificaram seus bombardeios no território palestino, de 2,4 milhões de habitantes, disseram testemunhas.
“Foi um dia difícil e muito violento na Cidade de Gaza. Até agora, cerca de 30 mártires foram levados ao hospital Al Ahli”, declarou o médico Fadel Naim, diretor do estabelecimento naquela localidade do norte da Faixa.
Testemunhas relataram também bombardeios no centro do território e em Rafah, ao sul.
A ‘existência’ de Israel
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel está travando “uma guerra por sua existência” e que seu país precisava das armas dos Estados Unidos.
“Nenhum outro país faz mais para ajudar Israel a se defender contra a ameaça do Hamas”, respondeu o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
O secretário de Estado, Antony Blinken, também destacou “a importância de evitar uma nova escalada no Líbano”, onde o Hezbollah abriu uma frente em apoio ao seu aliado Hamas.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que o Líbano não deve se tornar “outra Gaza”, destacando o aumento dos confrontos na fronteira israelense-libanesa e as ameaças entre Israel e o Hezbollah.