O Exército israelense bombardeou, nesta segunda-feira (25), a área do hospital Nasser, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. Relatos indicam duas explosões com intervalo entre elas — a segunda no momento em que equipes de resgate e profissionais de imprensa atendiam feridos e recolhiam corpos do primeiro impacto. As estimativas iniciais apontam entre 15 e 20 mortos, além de dezenas de feridos.

Israel confirmou a autoria e declarou que as circunstâncias ainda serão apuradas. Em nota, o país afirmou: “[Israel] lamenta qualquer dano causado a pessoas não envolvidas e [informa] que não tem jornalistas como alvos”. Em outro comunicado, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) lamentaram “qualquer ferimento entre pessoas não envolvidas”.

Jornalistas entre as vítimas

Quatro profissionais de imprensa morreram no ataque desta segunda. Entre eles, Mohammad Salama, fotógrafo e repórter cinematográfico da Al Jazeera; Hussam al-Masri, que trabalhava para a Reuters; Mariam Dagga, da Associated Press (AP); e Moaz Abu Taha, que prestava serviços a veículos palestinos e internacionais.

Em nota, a Reuters afirmou: “Estamos devastados ao saber da morte do funcionário da Reuters, Hussam al-Masri, e dos ferimentos de outro funcionário, Hatem Khaled, nos ataques israelenses ao hospital Nasser, em Gaza, hoje”.

Em comunicação adicional, a agência reiterou: “Estamos buscando urgentemente mais informações e pedimos às autoridades em Gaza e em Israel que nos ajudem a conseguir assistência médica imediata para Hatem”.

A Al Jazeera confirmou a morte de Salama. Já a AP declarou estar “chocada e triste” com o episódio.

Imagens e relatos do ataque

Vídeos feitos de dentro e de fora do hospital registram o momento em que jornalistas e equipes de emergência são atingidos. Um dos registros foi interrompido por uma nuvem de poeira logo após a segunda explosão, ocorrida quando socorristas atendiam vítimas do primeiro impacto.

Do lado de fora, imagens captadas por um cinegrafista da TV local Alghad mostram o alvo inicial e, em seguida, a nova detonação.

Acesso da imprensa e crítica internacional

Israel mantém restrições à entrada de repórteres de grandes veículos internacionais em Gaza, em desacordo com diretrizes da Organização das Nações Unidas (ONU) que asseguram a presença de jornalistas em zonas de guerra. Diante desse bloqueio, redações têm recorrido a profissionais palestinos para reportar de dentro do enclave.

Após o ataque, a Associação da Imprensa Estrangeira cobrou responsabilização: “Exigimos uma explicação imediata das Forças de Defesa de Israel e do gabinete do primeiro-ministro. Exigimos que Israel cesse de uma vez por todas sua prática abominável de atacar jornalistas”.

Balanço de vítimas e avanço da ofensiva

Além das mortes no hospital, a Defesa Civil contabilizou 27 mortos em toda a Faixa de Gaza nesta segunda. O ataque ocorre em meio à intensificação da campanha militar israelense, com relatos de tanques se posicionando na fronteira e operações terrestres ampliadas.

Organizações de defesa da imprensa relatam um patamar inédito de letalidade desde 7 de outubro de 2023. Antes das mortes desta segunda, o  Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) e a Repórteres Sem Fronteiras (RSF) somavam quase 200 jornalistas mortos no conflito.

O Sindicato dos Jornalistas Palestinos, por sua vez, estima mais de 240 profissionais palestinos mortos por tiros israelenses no mesmo período.

Com informações de agências internacionais

Leia também:

Acompanhe as últimas notícias:

Categorized in:

Governo Lula,

Last Update: 25/08/2025