Uma grave revelação abalou os corredores da política em Brasília neste final de semana. O ICL Notícias revelou que o senador bolsonarista Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, recebeu propina em dinheiro vivo de homens investigados pela Polícia Federal por integrarem o esquema de corrupção do Primeiro Comando Capital (PCC) na Faria Lima. De acordo com a reportagem, Ciro Nogueira recebeu uma sacola de papelão contendo dinheiro vivo enviado a ele por Mohamad Hussein Mourad, o “Primo”, e Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”.

Os dois são apontados pela PF como os chefes do esquema criminoso do PCC que envolve a gestão de fundos de investimentos na Faria Lima e fraudes bilionárias no setor de combustíveis. Uma fonte anônima ouvida pelo ICL, aponta que Ciro teria recebido os valores dentro do Congresso Nacional, em seu gabinete. 

A testemunha afirma ter ouvido do próprio Beto Louco que uma sacola com dinheiro vivo seria entregue a Ciro Nogueira. Ainda de acordo com a fonte, o encontro ocorreu no ano passado. “Sim, ele falou que [a sacola com dinheiro] era para o Ciro Nogueira. Eles estavam indo encontrar o Ciro, em posse dessa sacola”, afirmou a testemunha em conversa gravada com os jornalistas Leandro Demori e Cesar Calejon.

A fonte anônima do jornalista é garantida pela Constituição Federal e é utilizada para fazer denúncias graves sem comprometer a segurança de quem denuncia. As informações foram repassadas à Polícia Federal, que na semana passada deflagrou a Operação Carbono Oculto. A ação foi a maior da história contra o crime organizado e teve como objetivo a desestruturação financeira da maior facção do país. 

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A operação foi coordenada em 10 estados e foi fruto de um esforço do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está equipando órgãos de segurança pública para combater a violência. Os índices criminais apresentaram redução em todo o país nos últimos anos. A polícias militares e civis dos estados, além do Ministério Público, também participaram da operação, em conjunto com a PF e a Receita Federal.

A propina ao parlamentar, de acordo com o ICL, “estaria relacionada à defesa dos interesses dos suspeitos junto à ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e a projetos de lei que tramitam no Senado. Na ANP, eles tentavam reverter a revogação das licenças da Copape e Aster, as principais empresas envolvidas no esquema criminoso, onde contariam com a interferência do senador”.

Censura

Em um ofício enviado ao Ministério da Justiça, Ciro Nogueira, em vez de explicar a situação grave no qual é citado, pede que seja aberta uma investigação contra os jornalistas e o ICL. No documento, Ciro afirma que colocará seus sigilos à disposição da Justiça, mas pede que um inquérito seja aberto contra o veículo de imprensa, que ele chama de “milícia digital”. 

Faria Lima

O deputado Reimont (PT) lembrou que o parlamentar foi flagrado, em áudio, se reunindo com integrantes da Faria Lima negociando uma “compensação” em caso de aprovação da isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil.

“A Reportagem do ICL, trazendo revelações contra o Ciro Nogueira, não pode ser compreendida de forma isolada. Precisamos lembrar dessa reunião do Nogueira, em que tramava com a Faria Lima contra o Brasil. Agora estamos diante de denúncias envolvendo a Faria Lima, o PCC e sacolas de dinheiro”, escreveu Reimont.

Da Redação

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Last Update: 01/09/2025