O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue internado na UTI do hospital DF Star, em Brasília. Segundo boletim médico divulgado neste sábado 26, Bolsonaro segue estável, mas não há previsão de alta médica, já que o ex-presidente não tem movimentos intestinais espontâneos.
Conforme o boletim, Bolsonaro está sem febre ou alterações da pressão arterial. O ex-presidente segue recebendo suporte calórico e nutricional por via parenteral (endovenosa) exclusiva.
“Segue o tratamento para controle das alterações dos exames laboratoriais do fígado, que encontra-se em recuperação. Persistem os sinais de gastroparesia (retardo do esvaziamento do estômago) e ainda não apresentou movimentos intestinais espontâneos, o que impede momentaneamente a alimentação por via oral ou pela sonda gástrica”, diz o boletim.
Em suas redes sociais, Bolsonaro escreveu que continua a fisioterapia motora para recuperação da massa muscular perdida devido a situação de repouso pós-cirúrgico. “A restrição para visitas permanece, e ainda não há previsão para minha alta da UTI”, disse.
Bolsonaro está internado desde o último 11 de abril, após passar mal em uma agenda no Rio Grande do Norte. Ele foi internado na UTI do DF Star e passou por cirurgia em 13 de abril. O procedimento tratou de uma suboclusão intestinal.
Na sexta-feira 25, o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal informou ter aberto uma sindicância para apurar as visitas que Bolsonaro tem recebido na UTI.
O CRM-DF afirmou em nota que a regulamentação do acesso às UTIs deve seguir critérios técnicos. O aumento no número de pessoas circulando nesses espaços pode comprometer a evolução clínica dos pacientes e elevar o risco de infecções hospitalares, completou o conselho. “Por isso, cabe à instituição — especialmente ao Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar — estabelecer critérios claros sobre a quantidade de pessoas e quem pode acessar a unidade, de acordo com as normativas legais vigentes no País”, completa o texto.
Mais cedo, na sexta, o Conselho Federal de Medicina afirmou que o acesso às UTIs é restrito e deve obedecer a uma série de requisitos, inclusive para jornalistas e agentes públicos no cumprimento de ordens judiciais.
O procedimento aberto pelo CRM do DF surge após Bolsonaro ser intimado por uma oficial de Justiça na UTI. O ex-capitão foi notificado da abertura da ação penal no Supremo Tribunal Federal sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022.