O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu, nesta quarta-feira (23), a intimação formal do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o processo que o julgará por tentativa de golpe de Estado, enquanto ainda se recuperava na UTI do Hospital DF Star em Brasília. A cena de uma oficial de Justiça procurando o paciente na unidade de saúde gerou revolta entre aliados do ex-mandatário, que questionam o timing da notificação.
“Não custava nada esperar mais um dia, dois dias ou uma semana, até ele deixar a UTI. Isso em nada mudará o curso do processo”, argumentou um aliado de Bolsonaro ao Metrópoles. Até o momento, a servidora não não conseguiu coletar a assinatura do ex-presidente, mas cumpriu o protocolo de tentativa de entrega no local de internação.
O processo no STF
Em 11 de abril, minutos antes de sua internação em Natal, o Supremo formalizou Bolsonaro e sete aliados como réus por suposta tentativa de golpe de Estado.
A denúncia da PGR inclui crimes como organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático. O grupo, considerado “núcleo central” da trama, inclui ex-ministros como Augusto Heleno (GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Anderson Torres (Justiça), além do ex-ajudante Mauro Cid.
Com a publicação do acórdão, inicia-se formalmente a fase de instrução do processo, que inclui coleta de provas, oitivas de testemunhas e apresentação de defesas. Ainda não há data marcada para o julgamento, mas o STF poderá decidir sobre medidas cautelares como prisão preventiva se identificar riscos processuais.
Estado de saúde do ex-presidente
Bolsonaro está internado no DF Star, em Brasília, desde 13 de abril, dois dias após passar mal durante uma viagem a Rio Grande do Norte. Em live realizada na terça-feira (22) direto do hospital, ele afirmou: “Talvez daqui a dois dias eu fique livre da sonda nasogástrica […] Acredito que na segunda-feira esteja de alta”.
Segundo o último boletim médico, o ex-presidente permanece na UTI em quadro estável, recebendo nutrição venosa e fazendo fisioterapia motora. As visitas estão restritas a familiares, embora o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tenha sido autorizado a vê-lo.
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