Denunciado, Jair Bolsonaro pretende utilizar os processos como arma política para se fortalecer politicamente em 2026. Caso se mantenha na disputa até esgotar todos os recursos judiciais, Bolsonaro corre o risco de minar a principal carta da direita para o substituir nas eleições presidenciais: Tarcísio de Freitas.
Segundo aliados do ex-mandatário, em informações divulgadas pela colunista Andreia Sadi, da GloboNews, Bolsonaro hoje quer manter o plano de se manter como candidato presidencial, mesmo inelegível, até passar por todos os recursos da Justiça.
Mas o calendário eleitoral exige que governadores que querem se candidatar devem deixar o cargo até abril do ano. Neste caso, o atual governador de São Paulo precisaria abandonar a cadeira antes de abril de 2026.
Naquele mês, Jair Bolsonaro ainda poderia estar com recursos na Justiça para impedir a sua inelegibilidade. Tarcísio, por sua vez, é o candidato mais promissor da direita, segundo as últimas pesquisas eleitorais.
O que dizem as pesquisas
Levantamentos deste mês mostram que o presidente Lula encurtou as distâncias de Tarcísio de Freitas (Republicanos) na corrida eleitoral de 2026, sendo ele o adversário de Lula com hoje as melhores chances da oposição na disputa.
Na semana passada, a Atlas Intel divulgou que Tarcísio somava 26,2% das intenções de voto para a Presidência em 2026, enquanto Lula tinha 41,1%. Os números chamam a atenção porque não somente a distância reduziu, em comparação aos levantamentos anteriores, como também outros nomes de força do bolsonarismo ficaram para trás.
Naquele levantamento [confira aqui], Ronaldo Caiado, governador de Goiás pelo União, somou menos de 6%; o cantor sertanejo Gusttavo Lima pouco atrás, com 5,6%, a hoje ministra de Lula, mas figura moderada, Simone Tebet teve 4,1%, o ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro recebeu 3,3%, e o influencer e ex-candidato à Prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal ficou com 2,4%.
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No início do mês, o levantamento da Quaest já mostrava riscos para Lula [veja aqui]. O presidente estava na liderança, com 30% das intenções de voto, e o governador de São Paulo, Tarcísio, recebia 13%, seguido do cantor sertanejo Gusttavo Lima, com 12%, e Pablo Marçal, com 11%.
Em segundo turno, a Quaest registrou que Lula venceria por 43% contra 34% de Tarcísio, uma diferença de somente 9 pontos, enquanto que o mesmo levantamento em dezembro dava uma diferença de 26 pontos para o atual presidente.
Já a última pesquisa, da Atlas Intel há 10 dias, mostrava que o presidente Lula empatava tecnicamente com Tarcísio de Freitas no segundo turno: 44,7% para o governador contra 45,7% para Lula.
Com a possibilidade de Jair Bolsonaro de usar os processos como mote para fortalecer sua imagem e da oposição nas próximas eleições, esta hoje principal carta da oposição para enfrentar Lula em 2026 será ameaçada.
Relembre as pesquisas que apontavam riscos para o presidente Lula:
Entenda sobre as denúncias de Jair Bolsonaro na Justiça: