Durante uma visita ao Recife no último fim de semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que irá leiloar um conjunto de joias sauditas e doará o valor arrecadado para a Santa Casa de Juiz de Fora (MG), hospital onde foi atendido após o atentado a faca em 2018.
“Vou pegar o conjunto de joias, que é meu, vou leiloar essas joias e doar à Santa Casa de Juiz de Fora,” afirmou Bolsonaro.
A decisão de Bolsonaro segue a recente determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), que decidiu que presentes recebidos por autoridades, incluindo um relógio de luxo recebido pelo presidente Lula (PT) em 2005, não precisam ser devolvidos até que uma legislação específica seja estabelecida.
Esta interpretação pode beneficiar Bolsonaro, pois, segundo especialistas, indica que não há ilegalidade em vender os presentes no exterior. “São minhas,” reiterou o ex-presidente.
Paralelamente, a Polícia Federal continua investigando a venda e recompra de joias e outros presentes de alto valor que teriam sido desviados do acervo público brasileiro.
O inquérito, detalha a suposta participação direta de Bolsonaro no desvio das joias.
De acordo com a investigação, o ex-presidente teria autorizado o leilão de um conjunto de joias da marca Chopard, conhecido como “kit rose”.
A venda foi organizada pelo coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que utilizou um site de leilões online.
A venda, no entanto, não se concretizou, e as joias foram posteriormente recompradas e entregues em uma residência ocupada por Bolsonaro em Orlando, Flórida, antes de serem transportadas para o Brasil.
O caso continua sob investigação, e detalhes adicionais sobre as transações e o papel de Bolsonaro e seus associados estão sendo escrutinados pelas autoridades competentes.