O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve prestar depoimento à Polícia Federal na tarde desta quinta-feira 5. O caso, desta vez, é novo: trata-se de uma investigação aberta contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-capitão.
Os agentes colherão declarações de Bolsonaro sobre a articulação do seu filho nos Estados Unidos para viabilizar sanções contra autoridades brasileiras. O alvo principal da ofensiva internacional bolsonarista é o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A suspeita é de que Eduardo tenha cometido três crimes ao fomentar ações do governo Donald Trump contra o Brasil. O primeiro deles é coação no curso do processo; o segundo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa; e o último é o crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Os apontamentos foram feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no pedido que motivou a abertura da investigação.
Para a PGR, as evidências iniciais indicam que a busca por sanções internacionais a magistrados tem o objetivo de interferir na ação penal contra Jair Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado em 2022. A PF busca esclarecer, portanto, o papel do ex-capitão na trama internacional, uma vez que ele seria o principal beneficiado pelas sanções articuladas por Eduardo nos EUA. O apontamento está na decisão de Moraes que deu aval para o inquérito.
“[Jair Bolsonaro é] diretamente beneficiado pela conduta descrita” e já declarou ser o “responsável financeiro pela manutenção do sr. Eduardo Bolsonaro em território americano”, anotou Moraes ao aprovar o novo depoimento do ex-capitão.
Essa não é a primeira vez que Bolsonaro presta depoimento à PF. O ex-capitão já esteve em diversas ocasiões na superintendência em Brasília para esclarecer seu papel em diferentes esquemas. Passou por lá, por exemplo, para tratar da trama golpista, caso em que se tornou, posteriormente, réu. Em outras oportunidades, o ex-capitão foi ouvido para tratar da falsificação de cartões de vacina e também do desvio e venda de joias recebidas em nome do Brasil quando ele era presidente.