Bolsonaro presta depoimento à PF nesta quinta sobre atuação de Eduardo nos EUA

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL). Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) presta depoimento nesta quinta-feira (5) na sede da Polícia Federal em Brasília. Ele é investigado por envolvimento nas ações de seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos, com o objetivo de atacar o STF e interferir nos processos nos quais Bolsonaro é réu.

A investigação foi autorizada por Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que deu dez dias para o depoimento do ex-presidente. A PGR (Procuradoria-Geral da República) também solicitou outras diligências. Segundo o procurador Paulo Gonet, há indícios de que Bolsonaro “seria diretamente beneficiado pelas ações do filho”.

A Procuradoria aponta ainda que o ex-capitão chegou a declarar que ajudaria a bancar a permanência de Eduardo nos EUA, onde o deputado anunciou, em março, que ficaria licenciado do mandato. Desde então, o “bananinha” vem atuando em articulações com aliados do presidente Donald Trump, com o objetivo de pressionar Moraes.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) durante encontro na Casa Branca, em 2019. Foto: Reprodução

A estratégia de Eduardo inclui reuniões com congressistas republicanos e integrantes da gestão Trump. O governo americano chegou a anunciar a intenção de cassar o visto de estrangeiros que promovam “censura” contra cidadãos dos EUA — medida que foi vista por aliados como uma tentativa de retaliar Moraes.

Segundo Gonet, Eduardo Bolsonaro tenta “interferir no andamento regular dos procedimentos de ordem criminal” que envolvem o pai e aliados. Ele menciona crimes como obstrução de investigação, coação no curso do processo e atentado à soberania nacional.

A PGR sustenta ainda que Eduardo estaria pressionando o STF ao buscar sanções dos EUA contra Moraes, como proibição de abrir contas bancárias, usar cartões de crédito e realizar transações financeiras.

Moraes é o relator das ações contra Bolsonaro no Supremo, incluindo a que acusa o ex-presidente de comandar uma organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado em 2022.

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