Mauro Cid e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou suas redes sociais, nesta sexta-feira (13), para exigir a anulação da delação premiada de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, no processo que investiga a trama golpista após as eleições de 2022. O pedido foi motivado por uma reportagem da revista Veja que aponta inconsistências no depoimento de Cid ao Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a publicação, Cid teria usado uma conta falsa no nome de “Gabriela R” para discutir seu depoimento à Polícia Federal (PF) entre janeiro e março de 2024, período em que estava proibido pelo STF de falar sobre o caso nas redes sociais.

As mensagens, obtidas pela revista, sugerem que o próprio Cid operava o perfil, apesar de ele ter afirmado, durante interrogatório, não saber se a conta pertencia à sua esposa, Gabriela.

“Essa delação deve ser anulada. Braga Netto e os demais devem ser libertados imediatamente. E esse processo político disfarçado de ação penal precisa ser interrompido antes que cause danos irreversíveis ao Estado de Direito em nosso país”, escreveu o réu nas redes sociais.

Bolsonaro ataca STF e chama processo de “farsa”

Ao comentar a reportagem, Bolsonaro adotou um tom agressivo contra o STF, contrastando com o comportamento submisso durante seu próprio depoimento na semana passada, quando pediu desculpas ao ministro Alexandre de Moraes e até o convidou para compor sua chapa como vice, desconsiderando a inelegibilidade e a iminente prisão.

“As mensagens de Mauro Cid divulgadas pela Revista Veja escancaram o que sempre dissemos: a ‘trama golpista’ é uma farsa fabricada em cima de mentiras. Um enredo montado para perseguir adversários políticos e calar quem ousa se opor à esquerda”, escreveu o ex-presidente.

“Isso não é justiça. É perseguição. É uma caça às bruxas contra mim e contra os milhões de brasileiros que eu represento. Um processo movido por vingança, não por verdade”, continuou. Ele também pediu a soltura do general Walter Braga Netto e de outros investigados no caso.

A delação premiada de Cid é considerada peça-chave no inquérito que apura supostas tentativas de golpe após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022. Se comprovado que ele violou as condições do acordo ao discutir o caso sob pseudônimo, o STF poderá revogar seus benefícios e reavaliar as provas apresentadas.

Além do suposto drible para se comunicar com bolsonaristas, Cid teria articulado a obtenção de um passaporte português para deixar o Brasil, episódio que levou à prisão do ex-ministro Gilson Machado nesta sexta-feira (13).

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Last Update: 13/06/2025