O ex-presidente Jair Bolsonaro participou recentemente do Flow Podcast, no episódio #426, transmitido ao vivo na última sexta-feira (14), às 19h. Durante a entrevista, Bolsonaro abordou diversos temas polêmicos, incluindo suposta perseguição política do Supremo Tribunal Federal (STF) contra os bolsonaristas, o governo Lula, e os desafios relacionados à liberdade de expressão. A entrevista foi amplamente divulgada nas redes sociais oficiais de Bolsonaro, como Instagram e X (antigo Twitter), onde ele convidou seus seguidores a assistirem ao episódio ao vivo.

O Flow Podcast

Fundado em 2018 por Bruno Monteiro Aiub (Monark) e Igor Rodrigues Coelho (Igor 3K), o Flow Podcast é conhecido por seu estilo despojado e por receber uma variedade de convidados, incluindo políticos, influenciadores digitais e outras personalidades. O programa se consolidou como um dos podcasts mais assistidos do Brasil, com mais de 5 milhões de inscritos no YouTube.
Inquérito das Fake News e liberdade de expressão.

O entrevistador Igor 3K iniciou a conversa abordando o inquérito das Fake News, levantando questionamentos sobre a seletividade das investigações, que, segundo Bolsonaro, atingem apenas a direita. O ex-presidente citou o Partido da Causa Operária (PCO) como a única sigla de esquerda afetada pelas medidas do STF:

“Do lado de lá, só sofreu certas medidas o Rui Costa Pimenta, do PCO, que, apesar do radicalismo dele, tem coisas que eu respeito. Sempre respeitei a liberdade de expressão de todo mundo.”

Bolsonaro criticou o que chamou de “ditadura atual” e a criminalização da liberdade de expressão:

“Sem liberdade de expressão, não tem democracia. Se discutirmos vacina, teremos problemas; se falarmos de urnas, teremos problemas… Se criticarmos a Bíblia, aí pode criticar à vontade.”

Ele também mencionou que, historicamente, a esquerda defendia a liberdade de expressão, mas hoje, segundo ele, apoia a censura para perseguir a extrema-direita:

“Lá atrás, a esquerda tinha o monopólio da liberdade, agora é ao contrário. A própria Gleisi Hoffmann, que assumiu agora o ministério, elogiou o ministro Alexandre de Moraes, a pessoa que mais impõe censura no Brasil. Como a censura é aplicada à direita, a esquerda brasileira está aplaudindo.”

8 de janeiro

Um dos temas centrais da entrevista foi o 8 de janeiro e as ações judiciais contra Bolsonaro. O ex-presidente afirmou que não teve conhecimento prévio do ocorrido e destacou que autoridades já haviam recebido alerta da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN):

“Ninguém sabia daquele movimento. Se bem que o general lá sabia, segundo o relato da ABIN. Ele recebeu 33 informes de que poderia haver uma balbúrdia.”

Bolsonaro criticou as penas aplicadas aos participantes dos atos de 8 de janeiro:

“Mais de 100 pessoas estão condenadas a penas entre 14 e 17 anos. Deve haver cerca de 100 na Argentina e muitos outros foragidos. São vidas destruídas, famílias destroçadas.”

O ex-presidente também criticou o STF e o que considera uma distorção do devido processo legal:

“Se eu sou tão culpado assim, por que não seguem o devido processo legal? Na semana passada, o STF mudou a questão do fórum. Agora, segundo a decisão do Supremo, eu sou julgado no Supremo. Mudaram a regra no meio do jogo.”

Outros temas abordados

Bolsonaro também falou sobre o sistema de urnas eletrônicas e a polêmica envolvendo sua inelegibilidade:

“A origem do meu processo é a urna eletrônica. Eu acredito na máquina, mas não tenho a obrigação de acreditar no programador.”

Sobre a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, Bolsonaro afirmou:

“No meu entender, ele foi torturado psicologicamente na reta final. Você nunca viu um juiz participar do depoimento de um delator, mas ele estava lá, ameaçando esposa, filha e filho…”

Ele também questionou a veracidade de algumas declarações do ex-assessor:

“Ele fala muita coisa. Algumas são verdade, mas outras eu fico pensando: ‘Como o cara teve conhecimento disso, se nem eu estava sabendo?’”

Foi golpe de estado?

O ex-presidente negou qualquer intenção de golpe e relatou uma conversa com um colega de “Israel”:

“Que golpe é esse que o Mossad não estava sabendo? Que não tinha Exército na rua, não tinha fuzis e não tinha liderança? Para quem preparou essa armadilha, só não foi perfeito porque eu não estava em Brasília.”

Ele argumentou que um golpe real envolveria as Forças Armadas e medidas drásticas:

“Para ter um golpe, as Forças Armadas têm que chegar no chefe de Estado e matá-lo, prendê-lo, etc. O que tivemos foram 1.500 pessoas na rua, desarmadas, sem saber o que estava acontecendo.”

Manifestação pró-Bolsonaro

Bolsonaro afirmou que aposta na mobilização popular contra sua inelegibilidade e convocou uma manifestação:

“Vamos colocar um milhão em Copacabana, inclusive apelo, pois é preciso.”

Ele destacou que sua inelegibilidade é contestável e que não descarta a possibilidade de concorrer novamente à Presidência.

A entrevista gerou ampla repercussão nas redes sociais, fortalecendo a base de apoio de Bolsonaro e reacendendo debates sobre liberdade de expressão e justiça no Brasil.

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Last Update: 16/03/2025