
Na terça-feira (10), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal finalizou os interrogatórios da ação penal que apura a tentativa de golpe orquestrada por Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados.
O ex-presidente e outros sete aliados próximos prestaram depoimento nos dois últimos dias, negando envolvimento na trama e respondendo às perguntas do relator Alexandre de Moraes, do ministro Luiz Fux, do procurador Paulo Gonet e dos advogados de defesa.
Próximos passos
Com o encerramento da audiência, Moraes determinou prazo de cinco dias para que as partes apresentem pedidos de esclarecimento.Em seguida, acusação e defesa devem entregar suas alegações finais – as defesas ainda podem solicitar diligências adicionais, que serão analisadas pelo relator antes da próxima fase do processo.
A prisão de Bolsonaro ou de outro réu só poderá ocorrer após essa etapa, com a conclusão das alegações e o julgamento pelo Supremo.
O resultado dependerá da votação dos ministros da Primeira Turma. Apenas após isso será definida uma possível condenação ou absolvição dos envolvidos.

Recesso e retorno do julgamento
Com o recesso do Supremo previsto para julho, o julgamento deve ocorrer a partir de agosto. A previsão é que a análise aconteça no segundo semestre, após o fim dos prazos processuais e a retomada das sessões do tribunal.
Entre os réus estão ex-ministros, militares e ex-assessores do governo Bolsonaro. A Procuradoria-Geral da República aponta que todos atuaram de forma coordenada para deslegitimar o resultado das eleições e tentar manter o ex-chefe de Estado no poder.
O grupo responde por crimes como tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e deterioração de patrimônio público.
A lista dos réus inclui nomes como Mauro Cid, Anderson Torres, Augusto Heleno, Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira. Bolsonaro é acusado de liderar o grupo.