O Brasil vive um momento único: um ex-presidente da República e seus aliados estão sentados no banco dos réus do Supremo Tribunal Federal, acusados de atentar contra a democracia. A TV PT está acompanhando o julgamento e preparou um vídeo confrontando versões distorcidas das defesas com as provas reunidas pela investigação. O material mostra o que é mentira, o que é verdade e o que está em jogo para o futuro da democracia brasileira.

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A versão da defesa e o peso das provas

O advogado Celso Villardi, que representa Bolsonaro, repetiu como um mantra que “não há uma única prova contra o ex-presidente”. No entanto, a Polícia Federal e a PGR já apresentaram evidências concretas. A mais simbólica é a chamada minuta do golpe, um documento elaborado para sustentar a ruptura institucional.

A defesa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres sustentou que a minuta, encontrada em sua casa, era apenas um arquivo que “circulava na internet”. A PGR, porém, comprovou que a impressão partiu do próprio Palácio do Planalto.

Villardi também sustentou que o documento não passava de um papel sem valor, mas um áudio do general Mário Fernandes e o depoimento do ex-ajudante de ordens Mauro Cid confirmam o contrário. Cid relatou ainda que a minuta foi apresentada em reunião no Palácio da Alvorada, com presença dos comandantes das Forças Armadas.

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Tentativas de apagar o óbvio

Mesmo diante de provas robustas sobre a tentativa de golpe de Estado, Celso Villardi tentou lançar dúvidas, questionando “onde está o 8 de janeiro?”. A edição da TV PT mostrou que as imagens da fatídica invasão às sedes dos Três Poderes por uma horda descontrolada falam por si. 

José Luís Lima, advogado de Braga Netto, defendeu a inocência de seu cliente, mas Mauro Cid revelou que o general foi um dos líderes da articulação, responsável por mobilizar apoiadores nos acampamentos em frente aos quartéis. 

Em outro momento destacado pela TV PT, chamou atenção a fala de Andrew Fernandes Faria, advogado do general Paulo Sérgio Nogueira. Ele reconheceu que Bolsonaro cogitou medidas de exceção e afirmou que seu cliente “tentava demover o presidente”. A ministra Cármen Lúcia pediu esclarecimento: “demover de quê?”. O advogado foi direto: “demover de adotar qualquer medida de exceção”.

Apesar dessa afirmação, a acusação lembrou que o general assinou nota oficial, em novembro de 2022, questionando o resultado das eleições. O gesto político reforçou a desconfiança sobre as urnas e alimentou o ambiente golpista.

A almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, é outro personagem citado. Mauro Cid classificou-o entre “os mais radicais” do grupo, disposto a colocar as Forças Armadas à disposição do plano anti-democrático.

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O que está em jogo

Como mostra o vídeo da TV PT, as defesas podem insistir em versões fantasiosas, mas a realidade está fartamente exposta. Documentos, depoimentos e provas materiais demonstram que houve uma conspiração para impedir a posse do presidente eleito.

O julgamento da Primeira Turma do STF é mais do que um processo contra oito réus. É um teste para o país, que acompanha cada movimento. O resultado não dirá respeito apenas a Bolsonaro e seus aliados, mas ao destino da democracia brasileira.

Da Redação

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Last Update: 11/09/2025