Bolsonaro não aguenta nem o barulho do gerador e reclama de dores de cabeça na sede da PF em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso desde 22 de novembro na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília, tem relatado episódios recorrentes de dor de cabeça durante o cumprimento da pena. Segundo informações divulgadas pela CNN Brasil, o incômodo estaria associado ao barulho contínuo de um gerador instalado próximo à sala de estado-maior onde o ex-presidente permanece detido.

A queixa já foi formalizada por representantes de Bolsonaro à PF e tem sido mencionada por ele em conversas com visitantes, além de integrantes de sua equipe médica e de sua defesa. A sala isolada onde o ex-presidente cumpre pena é destinada a autoridades que, por prerrogativa legal, não podem ser mantidas em celas comuns.

Relatos apontam ruído constante ao lado da sala de Bolsonaro

De acordo com apuração da CNN, o equipamento estaria funcionando de forma contínua e provocando ruídos perceptíveis dentro da sala ocupada por Bolsonaro. Pessoas próximas ao ex-presidente afirmaram que ele passou a atribuir ao barulho o surgimento de dores de cabeça frequentes.

O tema passou a integrar conversas com advogados e aliados políticos que têm autorização para visitá-lo. A defesa sustenta que o ruído seria incompatível com condições adequadas de cumprimento de pena, embora não haja manifestação pública da PF sobre eventuais medidas para reduzir ou eliminar o problema.

PF restringe circulação e reforça isolamento após registro de imagens

Desde o primeiro fim de semana após a prisão, as regras para circulação dentro da superintendência ficaram mais rígidas. No domingo seguinte à detenção, a CNN captou imagens de Bolsonaro se despedindo de Michelle Bolsonaro durante a visita da ex-primeira-dama.

A repercussão levou a Polícia Federal a reforçar o isolamento do local. De acordo com a emissora, películas foram instaladas nos vidros do térreo para impedir a visualização interna do prédio, especialmente da área próxima à sala ocupada pelo ex-presidente. A medida também buscou evitar novas captações de imagem e preservar a segurança operacional do espaço.

Com as mudanças, Bolsonaro passou a permanecer sem autorização para circular pelos corredores da superintendência. As visitas seguem controladas e condicionadas a autorizações prévias.

Sala de estado-maior e regime de detenção

A decisão de manter o ex-presidente em sala de estado-maior segue a determinação judicial estabelecida durante o julgamento que o condenou por participação na trama que buscava interferir ilegalmente no processo eleitoral e na tentativa de impedir a posse do presidente eleito.

Esse tipo de acomodação — sem grades e com condições diferenciadas — é garantido por lei a militares e algumas autoridades. Apesar disso, a PF tem autonomia para adotar protocolos internos que assegurem o cumprimento da pena e a integridade dos custodiados.

Fontes ouvidas pela imprensa afirmam que, apesar das reclamações sobre o gerador, Bolsonaro tem acesso regular à equipe médica, recebe visitas autorizadas e mantém rotina de atendimento jurídico.

Impacto das queixas na estratégia da defesa

As dores relatadas pelo ex-presidente passaram a ser utilizadas por seus advogados como argumento adicional para solicitar revisões nas condições de custódia. No entanto, até o momento, não houve indicação de que a defesa tenha ingressado formalmente com pedido judicial para transferência ou adaptação do ambiente onde Bolsonaro está preso.

Integrantes do grupo jurídico avaliam que, embora a situação possa embasar reivindicações futuras, o foco imediato segue voltado à reavaliação da pena e à tramitação de projetos legislativos que discutem anistia ou revisão de condenações relacionadas a crimes de natureza política.

Repercussão entre aliados e ambiente político

O relato de incômodo físico alimentou debates entre apoiadores do ex-presidente, que avaliam que as condições de isolamento reforçam o discurso de perseguição política adotado pelo grupo. Desde a prisão, parlamentares do PL e influenciadores próximos ao ex-presidente têm defendido maior flexibilização do acesso e melhorias na estrutura destinada a Bolsonaro.

Apesar disso, até o momento não há indícios de mobilização institucional significativa dentro do Congresso com foco específico nas condições de detenção. A maior parte das articulações segue concentrada em pautas mais amplas, como o projeto de dosimetria penal e tentativas de articulação para anistiar condenados por atos relacionados ao 8 de janeiro.

Medidas de segurança devem continuar

A instalação de películas e a restrição de circulação fazem parte dos protocolos adotados pela PF desde a repercussão inicial de imagens captadas do interior do prédio. A instituição considera fundamentais tais procedimentos para evitar exposição de ambientes internos, preservar a segurança do custodiado e de servidores e impedir que informações sensíveis sejam registradas externamente.

Com o início da execução da pena, a tendência é que o regime de visitas e o controle interno permaneçam rígidos. A manutenção da segurança e a preservação do ambiente são considerados essenciais para o cumprimento da decisão judicial que levou Bolsonaro à prisão.


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