Bolsonaro articula do leito da UTI

Bolsonaro trocou de médico, mas ninguém ficou sabendo, pela voz do paciente, quem seria o novo profissional escolhido pela operá-lo. Primeiro, porque Bolsonaro colocou um pastor à frente de todos os que iriam cuidar dele.

Ele seria salvo por médicos e enfermeiros, mas só porque Deus e seus emissários desejam. Não era a ciência que iria tirá-lo de uma situação de emergência. O primeiro citado por Bolsonaro, como seu salvador, foi um pastor.

Foi o que ele escreveu nas redes sociais antes da operação em Brasília:

“Domingo, logo mais, às 08h00 me submeto a mais uma cirurgia, ainda decorrente da facada de 06/set/2018. Ao meu lado o Bispo JB Carvalho e bons médicos e enfermeiros. Se Deus quiser tudo ocorrerá bem”.

Ao lado dele, estava o bispo, com nome. E só depois vinham os bons médicos e enfermeiros, sem nomes. JB Carvalho é João Batista Araújo Carvalho Lima, pastor evangélico piauiense, líder da Comunidade das Nações, apresentado como teólogo, conferencista, professor, compositor, escritor e jornalista.

O cirurgião gastrointestinal que o operou cinco vezes se chama Antônio Luiz Macedo, dispensado por decisão que o próprio Macedo atribui a Michelle:

“A dona Michelle quis que um amigo dela fizesse a cirurgia”.

O substituto, que não foi citado por Bolsonaro, é o cirurgião Cláudio Birolini, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

O que ele fez é comum no comportamento de gente que acha mesmo que é salva por Deus (que define quem vai salvar e escolhe logo o Bolsonaro), por padres e pastores. Os médicos só ajudam.

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Last Update: 15/04/2025