Tércio Arnaud Tomaz e o ex-presidente Jair Bolsonaro – Foto: Reprodução

Mensagens encontradas pela Polícia Federal (PF) no celular de Jair Bolsonaro (PL), apreendido em uma operação em maio de 2023, mostram que o ex-presidente foi alertado por Tércio Arnaud Tomaz sobre o risco de compartilhar notícias falsas. Tércio, apontado como integrante do chamado “gabinete do ódio”, orientava o ex-mandatário sobre conteúdos que ele pretendia divulgar. Os diálogos foram divulgados pelo Estadão nesta segunda-feira (28).

Em uma das conversas, Bolsonaro pediu a Tércio que verificasse um vídeo do 8 de Janeiro, que mostrava um invasor alterando o horário do relógio de Dom João VI no Palácio do Planalto. O ex-presidente questionou: “Ô Tércio, posso botar pra frente esse vídeo do relógio? Tá esquisito aí pô, tá inacreditável. Vê se eu posso botar pra frente aí”.

Conversa entre Jair Bolsonaro e Tércio Arnaud – Foto: Reprodução

Após checar a veracidade do vídeo, Tércio confirmou que ele era verdadeiro, mas explicou que a alegação de infiltração era falsa. Em tom de alerta, escreveu: “Tudo que você enviar sobre isso vai causar polêmica. Sobre esse assunto. Certo ou errado”. Depois, completou: “Se for disparar aí no zap, cuidado pra não te arrolarem mais nesse processo do dia 8, do jeito que tá. Pode ser verdade, mas eles vão dizer que tá compartilhando fake news”.

A conversa mostra que Bolsonaro ainda recorria a Tércio para se informar antes de publicar conteúdos. Tércio disse ter consultado a assessora de Alexandre Ramagem, que confirmou a veracidade do vídeo, mas insistiu no cuidado: “Minha preocupação é só essa, tá. Mas confere, tá. Valeu”.

Dias depois, em 2 de maio de 2023, Bolsonaro enviou a Tércio uma imagem com uma falsa tela inicial do Google, onde aparecia a frase “Que saudade do Bolsonaro”. Ele perguntou se a informação era verdadeira: “Ô Tércio, confirma aí se é verdadeira essa notícia e dá um retorno pra mim”. Tércio respondeu: “Meme. Não tá no Google isso”.

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Last Update: 28/07/2025