O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu nesta quinta-feira 23 a possibilidade de sua esposa, Michelle Bolsonaro (PL), ser candidata à Presidência em 2026. Se ela obtiver sucesso, ele planeja ser ministro da Casa Civil.

Inelegível em decorrência de duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral, o ex-capitão não desistiu, porém, de se apresentar como candidato. De olho em seu espólio, além de Michelle, estão figuras como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Se Bolsonaro de fato passar a considerar Michelle uma potencial concorrente ao Palácio do Planalto, será uma significativa mudança de discurso. Em diversas ocasiões nos últimos anos, ele menosprezou a possibilidade de a esposa se lançar ao mais alto cargo do Executivo.

Na última segunda-feira 20, ele afirmou que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) seria seu representante na posse de Trump. Sobre Michelle, que também viajou a Washington, limitou-se a dizer: “Obviamente não trata desses assuntos”.

Michelle e Eduardo, contudo, assistiram à posse em um telão no ginásio Capital One Arena, fora do Congresso, onde ocorreu a cerimônia.

Em março de 2023, antes mesmo de se tornar inelegível, Bolsonaro já dizia que a ex-primeira-dama “não tem vivência” e não disputaria a Presidência em 2026. Além do histórico de declarações machistas do ex-presidente, a postura é parte da tentativa de se manter no comando da extrema-direita, em um contexto de pulverização de lideranças.

“Vi na pesquisa do Paraná Pesquisas que ela está na margem de erro do Lula. Esse evento lá fora vai dar uma popularidade enorme para ela”, disse Bolsonaro à CNN Brasil, em referência à posse de Donald Trump. Não tenho problemas, seria também um bom nome com chances de chegar. Obviamente, ela me colocando como ministro da Casa Civil, pode ser.”

O levantamento mencionado por Bolsonaro veio à tona em 13 de janeiro. Em um dos cenários de segundo turno, Michelle aparece tecnicamente empatada com o presidente Lula — o petista é numericamente o primeiro.

Em junho de 2023, o TSE sentenciou Jair Bolsonaro a oito anos longe das urnas por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação devido a uma agenda de julho de 2022 em que reuniu embaixadores estrangeiros para disseminar mentiras sobre o sistema eleitoral brasileiro.

Já em outubro de 2023, a Corte condenou o ex-capitão por abuso de poder político e econômico nas cerimônias do 7 de Setembro de 2022. Diante desse cenário, a tropa de choque de extrema-direita no Congresso Nacional tenta viabilizar uma anistia para seu líder.

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Last Update: 23/01/2025