Jair Bolsonaro e o general Walter Braga Netto. Foto: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou uma mensagem nas redes sociais após a prisão do general Walter Braga Netto, no sábado (14), que está sendo interpretada por militares como um sinal para que o general não opte por uma delação premiada.

“Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, questionou Bolsonaro na postagem, mencionando “a prisão do general”, sem citar diretamente o nome de Braga Netto.

Militares e investigadores consideram improvável a adesão de Braga Netto a uma delação premiada, em grande parte devido à “lealdade militar”, como afirmou uma fonte envolvida no caso. Além disso, o general parece contar com apoio político, evidenciado pelas declarações públicas de Bolsonaro e de parlamentares como o senador Rogério Marinho (PL-RN), que classificou a prisão como um “atropelo&#8221>.

Investigadores lembram de casos como o de Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora Marielle Franco, que, mesmo em circunstâncias inesperadas, tornou-se delator e revelou os mandantes do crime.

Fontes apontam que a prisão de Braga Netto, somada às penas severas que ele pode enfrentar em caso de condenação, aumenta a pressão sobre outros generais envolvidos para que considerem delatar.

Militares consideram que o general Mario Fernandes, suspeito de integrar um grupo que planejou o assassinato de Lula (PT) e Alckmin, seja o mais propenso a colaborar. Fernandes poderia fornecer informações detalhadas sobre reuniões com Bolsonaro, incluindo declarações como a que teria ouvido do ex-presidente, afirmando que “qualquer ação” seria possível até 31 de dezembro.

Ele também poderia revelar conversas sobre planos de assassinato de autoridades e possíveis registros ou anotações de Bolsonaro relacionados aos documentos golpistas. Apesar dessas especulações, o advogado de Fernandes, Marcus Vinicius Figueiredo, negou que seu cliente esteja cogitando uma delação premiada.

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Last Update: 16/12/2024